Escrito por: CUT-RS

Presidente da Petrobras garante que Refap não será mais privatizada

Jean Paul Prates disse que defenderá uma gestão colaborativa e cooperativa

Sindipetro-RS
Jean Paul Prates com petroleiros do Sindipetro-RS

O presidente da Petrobras, Jean Paul Prates trouxe alívio aos petroleiros gaúchos, afirmando que a Refinaria Alberto Pasqualini (Refap), em Canoas, na região metropolitana de Porto Alegre (RS), não será vendida em sua gestão.

O anunciou foi feito na sexta-feira (26),num encontro  com os trabalhadores e as trabalhadoras da refinaria.    "A Refap não será objeto de desinvestimento. As refinarias trabalharão em parceria e não competindo uma com as outras”, afirmou.

A Refap é a primeira refinaria a ser visitada pelo atual presidente da Petrobras. Mas o compromisso do gestor, segundo ele, é visitar todas as unidades da companhia o mais breve possível.

“Esta é a primeira refinaria que visito desde que assumi a presidência e afirmo a vocês que todos têm um presidente petroleiro, que defenderá uma gestão colaborativa e cooperativa”, destacou.

Adoecimento mental de trabalhadores

O presidente da Petrobras também inaugurou uma das maiores obras da área de refino da companhia, o precipitador eletrostático, que exigiu investimentos de R$ 88 milhões. O equipamento é um sistema de tratamento para os gases de combustão da unidade de craqueamento catalítico da refinaria, o que representa significativos ganhos ambientais.

Além de Jean, prestigiaram a visita à refinaria o presidente da Transpetro, Sérgio Bacci, e o diretor executivo de Processos Industriais e Produtos da Petrobrás, William França da Silva.

Durante a sua manifestação, Jean lembrou do grande número de casos de trabalhadores com adoecimento mental dentro do Sistema Petrobrás.

Segundo ele, as mudanças e a quantidade de gente que está sofrendo em função dos períodos de incertezas vivenciados, das trocas de turnos, transferências, mudanças trabalhistas, evidenciam a importância do diálogo com o Sindicato, que, para ele, é a voz do trabalhador e da trabalhadora. “O Sindicato tem permissão e legitimidade para dialogar com a gestão”, avaliou.

Agora a luta é pela volta das refinarias que foram vendidas

A presidenta do SIndipetro-RS, Miriam Cabreira, afirmou que a última vez que os gestores da Petrobrás estiveram no local foi para informar que a refinaria seria vendida “pelo bem da companhia", segundo ela, usando argumentos que foram um insulto à inteligência e a dignidade dos trabalhadores e trabalhadores da unidade.

“A gente, além de se sentir desvalorizado e desrespeitado, viveu um processo muito doloroso”, acrescentou. A dirigente sindical destacou que somente em 2012 a Refap voltou a ser 100% Petrobrás e, em 2018, as petroleiras e os petroleiros foram novamente ameaçados de terem o seu local de trabalho vendido, com todas as incertezas que passaram anteriormente.

Para ela, não é à toa que a Petrobrás vive, hoje, um dos piores momentos de adoecimento mental entre seus trabalhadores. “Ficamos felizes em ouvir que os trabalhadores e trabalhadoras serão respeitados, terão trabalho digno, e vamos cobrar esse respeito, que passa por melhorar as condições de trabalho, tanto para os diretos como para os terceirizados”.

Miriam acrescentou, ainda, que no recente Encontro Nacional Unificado de Mulheres, organizado pela FUP e FNP, foi aprovada uma pauta unitária contra o assédio moral, sexual e pelo respeito à diversidade e por políticas afirmativas.

Por fim, a presidente do Sindipetro-RS agradeceu a presença e a valorização que isso representa, e conclamou todos a recuperar o orgulho de ser Petrobrás.

“Fizemos uma intensa luta para manter esta unidade como Petrobrás, que só não foi vendida por muito pouco, e tenha certeza de que os petroleiros e petroleiras do RS vão continuar a luta, para que as unidades que foram vendidas retornem ao Sistema Petrobrás”, concluiu Miriam.

Foto: Sindipetro-RS