Escrito por: Rosely Rocha
“Os atos criminosos e antidemocráticos que aconteceram há um ano no Brasil não podem se repetir jamais. É nossa tarefa histórica defender a democracia”, afirma Sérgio Nobre
A CUT convocou seus sindicatos e entes a realizarem, na próxima segunda-feira (8), em conjunto com outras centrais sindicais e movimentos sociais, atos e atividades, em todo o país, para marcar um ano da tentativa de golpe imposta por aliados do ex-presidente derrotado nas urnas em 2022. O presidente nacional da CUT, Sérgio Nobre, participará do ato “Democracia Inabalável”, convocado pelo presidente Lula, que será realizado no Congresso Nacional, às 15h. Estaduais da CUT também realizaram atividades (veja abaixo).
“A CUT nasceu, em plena ditadura militar, forjada na luta pela democracia, pelas liberdades, por um Brasil mais igual e com justiça social. Por isso, convocamos os nossos entes, militância, trabalhadores e trabalhadoras a realizar e participar, em seus estados, de atividades e atos que mostrem que estaremos sempre vigilantes e prontos para defender a democracia”, convoca Sérgio Nobre.
“Jamais podemos esquecer o que acontece num país sem democracia, sem instituições fortes. Em governos autoritários, a classe trabalhadora é sempre a primeira a ser atacada, a perder seus direitos, empregos, renda. Foi o que aconteceu no período da ditadura militar e também após o golpe de 2016, quando o governo ilegítimo de Michel Temer e depois o do fascista Jair Bolsonaro atacaram os trabalhadores, a organização sindical e retiraram direitos conquistados durante décadas de luta”, diz Sérgio Nobre.
“A democracia, para os trabalhadores e trabalhadoras, é muito mais do que direito de votar em quem quiser, de se expressar de maneira livre, porque é na democracia que a classe trabalhadora pode se organizar, reivindicar, conquistar e ampliar direitos”, destaca o presidente nacional da CUT.
É sempre importante destacar, segundo Sérgio Nobre, “que fortalecer o movimento sindical é fortalecer a democracia e que democracia exige uma sociedade organizada, com sindicatos fortes”.
“Os atos criminosos que aconteceram em 8 de janeiro de 2023 no Brasil não podem se repetir jamais É nossa tarefa histórica defender a democracia”, afirma Sérgio Nobre.
Ato no Congresso Nacional
No ato Democracia Inabalável”, no Congresso Nacional, além do presidente Lula estarão presentes os presidentes da Câmara dos Deputados e do Senado, Arthur Lira e Rodrigo Pacheco, e o presidente do Supremo Tribunal Federal, Luís Roberto Barroso.
O ato comandando pelo presidente Lula terá mais de 500 convidados e convidadas, entre lideranças e representantes dos movimentos sociais e sindical, ministros e ex-ministros e do STF, presidentes dos tribunais superiores, ministros e ministras de estado.
Mobilizações nas ruas
Se unem à defesa da democracia os movimentos sociais Brasil Popular e Povo sem Medo, a CUT e sindicatos.
Para que não haja conflito de horários com a agenda oficial do governo, a CUT-DF está convocando um ato para o domingo (7), a partir das 10h no Eixão Norte, na altura do 208 Norte.
Atos na segunda-feira (8)
Recife (PE), às 10h, no Monumento Tortura Nunca Mais, na Rua da Aurora, bairro da Boa Vista
Belo Horizonte (MG), às 16h, na Casa do Jornalista, na Avenida Álvares Cabral, nº 400, centro.
Porto Alegre (RS), das 17h às 19h, no Sindicato dos Bancários, na Rua General Câmara nº 424
Rio de Janeiro (RJ), às 17h, na Cinelândia
Aracaju (SE), às 8h no calçadão da João Pessoa, próximo ao Museu Palácio Olímpio Campos
João Pessoa (PB), às 15h, na Lagoa do Parque Solon de Lucena
Goiânia (GO), às 9h, Cepal do Setor Sul (Rua 15 com Rua Fued José Sebba)
Salvador (BA), às 9h, no Centro Administrativo, da Assembleia Legislativa (ALBA)
Vitória (ES), às 16h30, na Assembleia Legislativa do Espírito Santo - Americo Buaiz nº 205
Campo Grande (MS), 17h, Sintell, à Rua José Antônio nº 1682
São Paulo (SP), às 17h, na Avenida Paulista em frente ao MASP
Raimundo Suzart, presidente da CUT-SP, ressalta que é muito importante que os movimentos sindicais defendam a soberania do país.
“Nós vimos recentemente o caso da refinaria Rlam vendida por Bolsonaro com prejuízo bilionário ao país. Eles queriam entregar o país. Por isso eleger Lula foi também defender a democracia. É extremamente importante que ataques e afronta à democracia nunca mais aconteçam”, diz Raimundo.
O dirigente afirma que em São Paulo haverá um ato em desagravo ao Padre Júlio Lancelotti, que tem sido vítima de perseguição da extrema direita.
De acordo com o coordenador da Central de Movimentos Populares (CMP), Raimundo Bonfim, a avaliação dos movimentos sociais é de que é preciso marcar presença nas ruas em defesa da democracia, para além do ato institucional, principalmente nos locais onde os grupos de direita costumam fazer protestos. “Dia 8 de janeiro o Brasil se une em defesa da democracia”, destaca Bonfim.
Mostra no STF
Em paralelo ao evento no Congresso Nacional, o STF vai promover em seu edifício-sede no dia a mostra “Após 8 de janeiro: Reconstrução, memória e democracia”, voltada à preservação da memória institucional da Corte. O edifício foi o mais depredado pelos manifestantes.
Protocolo de Segurança em Brasília
Na quinta-feira (4), o Ministério da Justiça e Segurança Pública e o governo do Distrito Federal assinaram protocolo de segurança para os atos. O documento estabelece o planejamento e as prioridades de atuação, e marca também a entrega de 20 viaturas, armamentos, drones, cartuchos e demais equipamentos para o fortalecimento da segurança pública no DF.
O governo também monitora grupos bolsonaristas que articulam protestos antidemocráticos na data. A oposição ao governo Lula, por ora, contudo, vem descartando a possiblidade de realizar manifestações presenciais em Brasília para se contrapor ao evento dos três poderes. O grupo deve se ater a uma nota de repúdio.
Prisão de golpistas
O Grupo Estratégico de Combate aos Atos Antidemocráticos do Ministério Público Federal (MPF) denunciou 1.413 pessoas. Entre eles, 1.156 incitadores, 248 executores, oito agentes públicos e um financiador dos atos criminosos. O STF já condenou 30 pessoas a partir de denúncias apresentadas pela Procuradoria-Geral da República (PGR). O grupo responde pelos crimes de associação criminosa armada, abolição violenta do Estado democrático de direito, golpe de Estado, dano qualificado pela violência e grave ameaça e deterioração de patrimônio tombado.
Com informações da RBA e Agência Senado