Escrito por: Igor Carvalho

Com pressão das ruas, defesa da democracia ganha força

“O que nos dará a vitória será a organização e o empenho da nossa militância”, afirma Carmen Foro, vice-presidenta da CUT

Foto: Edgard Bueno

Em entrevista coletiva na tarde desse sábado (16), no Acampamento Nacional em Defesa da Democracia, em Brasília, a vice-presidenta da CUT, Carmen Foro, exaltou a pressão exercida pelos brasileiros e brasileiras nos parlamentares que se declaravam indecisos sobre o destino de seus votos no processo que pede o impeachment da presidenta Dilma Rousseff.

Nas últimas horas, a capital federal viveu uma onda de informações que apontavam para uma vitória de Dilma na Câmara dos Deputados no próximo domingo (17), quando se votará o afastamento da petista da presidência da República.

“A Globo com seu aparato tentou dizer ao País inteiro que o impeachment é legal, mas não tem conseguido. A população já entendeu que é golpe e tem exercido pressão nos parlamentares que estão mudando seu voto.  A pressão popular vai derrotar, nas ruas, esse golpe absurdo”, afirmou Carmen.

Notícias vindas da Câmara indicam que o presidente da Casa, o deputado federal Eduardo Cunha (PMDB-RJ), já estaria planejando um adiamento da votação para conseguir um prazo maior e negociar com os indecisos.

Para além das notícias vindas de dentro da Câmara e do Planalto, Carmem prefere manter a cautela e garantir a manutenção do espírito de luta que marca a intensa campanha dos movimentos que integram a Frente Brasil Popular e que estão nas ruas há meses tentando bloquear o golpe.

“O que nos dará a vitória será a organização na rua e o empenho da nossa militância. Porém, a vitória não será do grupo “a” ou “b”, será do povo brasileiro e de nossa democracia”, encerrou Carmen.

As ruas e o golpe

O coordenador nacional do MTST, Guilherme Boulos, criticou a “manipulação da grande mídia”. “É difícil disputar a narrativa com a Globo, que é parte importante desse golpe em curso no País. Porém, é tão evidente e escancarado o golpe liderado por Cunha e por Temer que o povo passou a questionar esse impeachment e já chegou a conslusão que é um golpe. Assim como é escancarado a falta de crime da presidenta.”

Entre todas as lideranças que falaram durante a entrevista coletiva da Frente Brasil Popular, um sentimento comum: A força das ruas. “Nós temos certeza de que seremos maioria amanhã em todo o Brasil e que venceremos o golpe em curso”, defendeu Carina Vitral, presidenta da UNE.

O líder do MST, João Pedro Stédile, manteve o otimismo sobre a vitória contra o golpe. “Nosso povo manteve a disposição. O único espaço que mantivemos de luta é a rua e a resposta que ouvimos das ruas me traz a certeza de que saíremos vitoriosos amanhã.”