Escrito por: Redação CUT
"Não se joga pedra em árvore que não dá fruto. E é por isso que ele está sendo apedrejado", diz Luzeni Batista, moradora de Curitiba, ao dialogar com os militantes que panfletam pela cidade em defesa de Lula
Parte dos moradores da capital paranaense tem dúvidas sobre a imparcialidade do processo conduzido pelo juiz Sérgio Moro, da 13ª Vara Criminal Federal de Curitiba, no caso do tríplex do Guarujá, que terminou com a condenação sem provas do ex-presidente Lula, mantido como preso político há 19 dias na sede da Superintendência da Polícia Federal.
Nas ruas de Curitiba muitos disseram estar incomodados com a prisão que envolve todos os moradores da cidade na trama que aprisionou o presidente mais popular da história do Brasil e mobilizou trabalhadores e trabalhadoras do mundo inteiro, seja no Acampamento Lula Livre, nos diversos atos por todo o Brasil ou nas portas das embaixadas brasileiras, como os realizados nesta quinta-feira (26) no México e na França.
Dos arredores da Superintendência da Polícia Federal, onde a resistência está concentrada, ao centro da cidade são cerca de 10 quilômetros. Nesta quarta-feira (25), um grupo formado por acampados da Vigília Lula Livre resolveu seguir para o coração da cidade, na esquina entre as ruas XV de Novembro e Monsenhor Celso, para dialogar com a população local e debater as arbitrariedades do processo que levaram Lula ao cárcere.
E, se a expectativa natural era a da hostilidade, os moradores daquela que ficou conhecida como a "República de Curitiba", mais uma vez, surpreenderam a todos. Além de pararem curiosos para ler o material preparado pela campanha Lula Livre, os moradores dialogaram com os militantes para entender o que leva a comoção gerada entorno da prisão de Lula.
“Eu nunca votei no Lula, mas não gostei de ver ele sendo preso. Tem tanta gente fazendo coisa errada e nada acontece”, afirmou a vendedora Jheniffer Godoy. “Eu sinceramente não queria que o Lula ficasse preso.”
De passagem pelo calçadão, o estudante de Direito da Universidade Federal do Paraná (UFPR), Leonardo Pellegrini, parou espontaneamente para conversar com o grupo e se colocar contra o processo que condenou Lula no caso do triplex do Guarujá. “O Lula é ícone. Ele fez história. Processualmente esse caso é absurdo. Dá vergonha”, desabafou.
A caminho da igreja, Luzeni Batista parou para ler o material de defesa do Lula e mostrar sua indignação sobre a situação atual do Brasil pós-golpe. “Quem tinha de estar preso era o Temer”, disparou, se referindo ao golpista e ilegítimo usurpador do cargo de presidente da República, Michel Temer, do MDB-SP.
Acompanhada de sua neta, Luma, a avó resumiu a ideia que levou Lula ao cárcere: "não se joga pedra em árvore que não dá fruto. E é por isso que ele está sendo apedrejado."
Ricardo StuckertCampanha Lula Livre
Além da resistência central na Superintendência da PF e outros acampamentos pelo Brasil, ações de rua como panfletagem devem se espalhar pelo País. A intenção é de manter o diálogo com a população nas ruas e reforçar a campanha pela libertação de Lula.
E no dia 1º de Maio, com o mote “Em defesa dos direitos e por Lula livre”, a CUT, a Força Sindical, CTB. NCST, UGT, CSB e Intersindical, mais as frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo, realizam o primeiro ato do Dia do Trabalhador unificado desde a redemocratização do Brasil.
É o 1º de Maio da resistência. E a principal atividade será em Curitiba.
Como disse o presidente da CUT, Vagner Freitas, “a CUT entende que defender os direitos dos trabalhadores é ter Lula Livre e candidato à presidência, para que possamos eleger um presidente que revogue a reforma trabalhista, que tira os direitos de trabalhadores e trabalhadoras, que resgate nossos direitos sociais e trabalhistas.”