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Prisão de Lula em 2018 começou com fake news, diz papa Francisco

"Um julgamento tem que ser o mais limpo possível, com tribunais que não têm outro interesse senão fazer justiça. Esse caso do Brasil é histórico", disse o papa

Publicado: 19 Dezembro, 2022 - 10h34 | Última modificação: 19 Dezembro, 2022 - 14h11

Escrito por: Redação CUT | Editado por: Marize Muniz

Divulgação
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A prisão do agora presidente eleito, Lula (PT), em 2018, começou por causa de uma fake news, afirmou o papa Francisco em entrevista ao jornal espanhol ABC.

Francisco criticou a disseminação de notícias falsas sobre líderes políticos que, segundo ele, são gravíssimas. "Eles podem destruir uma pessoa", disse.

"Um julgamento tem que ser o mais limpo possível, com tribunais que não têm outro interesse senão fazer justiça. Esse caso do Brasil é histórico", disse o papa.

Lula foi preso, sem crimes e sem provas, em abril de 2018, quando liderava todas as pesquisas de intenções de voto para a presidência da República, por supostamente ser dono de um tríplex no Guarujá que pertencia a empreiteira OAS. A ordem de prisão, baseada apenas em convicções da turma da Operação Lava Jato, foi dada pelo ex-juiz Sérgio Moro, considerado suspeito pelo Supremo Tribunal Federal (STF) anos depois. Moro virou ministro do presidente que ajudou a eleger, Jair Bolsonaro (PL), brigou, saiu do governo, e, este ano se candidatou ao Senado pelo Paraná. Hoje é senador eleito.

Lula ficou preso 580 dias na sede da Superintendência da Polícia Federal do Paraná, em Curitiba, Lula foi solto, em 2019.

Em 2021, o STF confirmou a decisão da Segunda Turma da corte de declarar a parcialidade do ex-juiz Sergio Moro na condução do processo que levou Lula à prisão.

Em janeiro de 2022, a justiça arquivou o processo contra Lula no caso do tríplex. A juíza do caso concordou com manifestação do  Ministério Público Federa (MPF), que havia pedido a prescrição do caso.

Este ao, Lula concorreu a eleição novamente e foi eleito pela terceira vez presidente da República. Já Bolsonaro sai como o primeiro presidente em exercício a perder uma reeleição desde a redemocratização do Brasil.  

Morte do irmão

Em janeiro de 2019, enquanto estava preso, Lula perdeu o irmão mais velho, Genival Inácio da Silva, o Vavá, que morreu vitimado por um câncer, e não pode ir ao velório nem enterro. O então presidente do STF, ministro Dias Toffoli, concedeu habeas corpus apenas para que Lula deixasse a prisão para vir a São Paulo, ficar em uma unidade militar na região de São Bernardo do Campo, no ABC Paulista, no fim do velório. O corpo deveria ser levado ao local. Lula recusou. Na semana passada, Tofolli pediu perdão. 

Foi pura maldade, disse Lula na época sobre ser impedido de ir ao enterro do irmão

E março de 2019, Lula perdeu o neto, Arthur Araújo Lula da Silva, de 7 anos, vítima de meningite meningocócica. Dsta vez, a Justiça Federal do Paraná o autorizou a comparecer ao velório e enterro. Arthur era filho de Sandro Luis Lula da Silva, um dos três filhos do ex-presidente com Marisa Letícia, e de Marlene Araújo Lula da Silva.