Privatização da Eletrobras traz perda de soberania e aumento de tarifas
Para Clube de Engenharia processo prejudica principalmente os “mais vulneráveis” e compromete também a economia
Publicado: 18 Fevereiro, 2022 - 17h04 | Última modificação: 18 Fevereiro, 2022 - 17h09
Escrito por: RBA
Depois de o Tribunal de Contas da União (TCU) aprovar os valores envolvidos na privatização da Eletrobras, o Clube de Engenharia reafirmou o conteúdo de carta que havia endereço ao relator do processo, ministro Aroldo Cedraz, sobre consequências negativas da venda da estatal. Entre esses efeitos, aumento de tarifas, “prejudicando principalmente os mais vulneráveis”, e perda de soberania “sobre um dos principais ativos do país”.
A entidade aponta ainda “subavaliação das outorgas em dezenas de bilhões de reais, como já denunciada pela área técnica do TCU, gerando pesado prejuízo ao erário”. Em consulta pública, vai continuar enfatizado sua posição contrária ao que chama de “iniciativa eufemística e descabida” de capitalização da empresa.
Por 6 votos a 1, o TCU “liberou” a desestatização do sistema Eletrobras, como queria o governo. O modelo de venda ainda está em análise. Para o ministro Vital do Rêgo, o valor de venda da companhia deveria ser duas vezes maior do que o previsto na transação.
Resistência
O documento foi encaminhado ao TCU em dezembro. Também assinaram a Federação Nacional dos Petroleiros (FNP), Federação Única dos Petroleiros (FUP), Federação Interestadual de Sindicatos de Engenheiros (Fisenge), Federação Brasileira de Geólogos (Febrageo), Frente Nacional pela volta das Ferrovias (Ferrofrente), Federação Nacional dos Engenheiros (FNE), Sindicato dos Engenheiros no Estado do Rio de Janeiro (Senge Rio) e Associação dos Engenheiros da Petrobras Confira aqui a íntegra do texto.
Em nota, a Federação Nacional dos Urbanitários (FNU) promete resistência à privatização da Eletrobras. “Existem muitas etapas importantes para acontecer e estamos atentos a todas elas, nas esferas judiciais e no parlamento”, afirma a entidade.