Bebel acusa Doria de negacionista por volta às aulas no pior momento da pandemia
Para Bebel, ao forçar volta às aulas presenciais sem que a comunidade escolar tenha segurança sanitária nem tenha sido vacinada, Doria contradiz discurso de defensor da ciência
Publicado: 08 Fevereiro, 2021 - 12h09 | Última modificação: 08 Fevereiro, 2021 - 12h22
Escrito por: Redação CUT
O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), adota postura “negacionista” e contradiz seu discurso de defensor da ciência que se esforçou na busca pela vacina ao forçar a volta às aulas presenciais na rede pública sem que a comunidade escolar tenha segurança sanitária.
A afirmação foi feita pela presidenta do Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo (Apeoesp), deputada Maria Izabel Noronha, a Bebel (PT), em entrevista ao Jornal Brasil Atual, nesta segunda-feira (8).
De acordo com a professora Bebel, que liderou a assembleia da categoria na última sexta-feira (5), que decidiu pela greve contra a volta as aulas presenciais, Doria “correu atrás da vacina, mas sua atitude passa a ser negocionista, quando não quer reconhecer que a sala de aula é ambiente propício para os alunos levarem o vírus para casa ou trazerem para o professor”.
Professores de SP entram em greve nesta segunda (8) contra volta às aulas presenciais
Para a categoria, a volta às salas de aula, que não possuem infraestrutura adequada para o retorno seguro das atividades é precipitada.
De acordo com Bebel, a maioria das salas de aula não tem condições adequadas de ventilação e faltam banheiros para que os alunos e professores possam garantir a higienização adequada.
Por outro lado, os números da pandemia apontam uma situação mais grave agora do que em março do ano passado, quando as escolas foram fechadas.
Bebel ressaltou que, em sua maioria, são alunos pobres, da periferia, que não têm condições de isolamento em suas moradias. Além disso, as mães e os pais desses alunos tiveram que voltar ao trabalho, deixando-os mais expostos ao risco de contaminação. Outro complicador é que grande parte dos profissionais utiliza o transporte coletivo para se deslocar de casa até as unidades de ensino.
Vacinação
De acordo com a deputada, dessa vez, a greve dos professores é “pela vida“. Eles reivindicam a inclusão dos profissionais da educação nos grupos prioritários da vacinação contra o novo coronavírus. Enquanto isso, defendem que as atividades pedagógicas sejam mantidas remotamente. Mas, para isso, cabe ao Poder Público disponibilizar tablets e computadores com acesso à internet para os alunos da rede.
A dirigente também destacou surtos de contágio pelo novo coronavírus em escolas da rede particular, que retomaram as atividades presenciais há cerca de duas semanas. Ela citou o caso de uma escola de Campinas, no interior de São Paulo, que teve 39 funcionários e oito alunos contaminados pela doença dias após o retorno das atividades presenciais.
Em Campinas, escola tem 42 casos de Covid.
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