Professores da rede estadual de Minas Gerais entram em greve por tempo indeterminado
A greve tem início na próxima terça-feira (11) e reivindica pagamento do Piso Salarial Profissional Nacional e o repasse de 25% da receita corrente líquida do Estado para a Educação, entre outros itens
Publicado: 06 Fevereiro, 2020 - 13h03 | Última modificação: 07 Fevereiro, 2020 - 15h05
Escrito por: Redação CUT
Os professores e as professoras da rede estadual de ensino de Minas Gerais aprovaram greve por tempo indeterminado a partir de 11 de fevereiro, em assembleia realizada na tarde desta quarta-feira (5), no pátio da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG). A categoria reivindica pagamento do piso dos professores, de parte do 13º salário que não foi pago integralmente em dezembro e mais investimentos em Educação.
Para ter tempo de informar aos pais e alunos sobre a paralisação, que é também por uma educação pública e de qualidade, a categoria retoma as aulas no dia 10 de fevereiro, data prevista no calendário escolar e para as atividades no dia seguinte.
"Dia 10 é dia de explicar para os pais e para os alunos que a greve é por direitos trabalhistas, mas também pelo direito de todos à uma educação pública de qualidade, com mais ofertas de vagas, facilidade na hora das matrículas e pela contratação de mais professores", diz a Coordenagora-Geral do Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação de Minas Gerais (Sind-UTE/MG), Denise Romano.
"A greve é também para resolver o problema das matrículas pela internet que deu errado", reforça Denise lembrando que, além dos problemas no sistema, o governo ignora que 10% da população mineira está excluída da internet.
A pauta de reivindicações dos professores mineiros
Os professores reivindicam o pagamento do Piso Salarial Profissional Nacional, direito respaldado pela Lei Estadual 21.710/2015 e pela Lei Federal 11.738/2008, bem como o cumprimento estrito do repasse de 25% da receita corrente líquida do Estado para a Educação, o que não foi executado no ano passado pelo governador Romeu Zema, do Partido Novo. Além disso, a luta da Educação de Minas é pela quitação do 13º salário de 2019, a interrupção de políticas que dificultam o acesso à Educação, como o caos no sistema de pré-matrículas online, Plano de Atendimento, fusão de turmas, demora na publicação das remoções e resolução de designação.
Em 2019, segundo Denise Romano, apesar das várias reuniões, mobilizações e luta da categoria, o governo não apresentou uma única proposta de pagamento do piso. No entanto, diz a dirigente, outras categorias de servidores receberam propostas de reajustes salariais o que demonstra o desprezo que o governo Zema tem pela Educação. "O governo tem uma política desigual, não isonômica para as categorias do serviço público", afirma.
Em nota divulgada à imprensa, a Secretaria de Estado de Educação (SSE) disse que acompanha o caso e que tem mantido o diálogo com os professores. “A SEE/MG respeita o direito constitucional de greve dos servidores da Educação do Estado e reitera que tem mantido um diálogo franco e aberto com representantes sindicais”, diz trecho da nota.
Na assembleia, os professores aprovam um calendário de lutas. Confira:
– 6 e 7/2 – Rodas de conversa sobre a conjuntura enfrentada pela Educação mineira e visitas às escolas;
– 10/2 – Conversas com pais e estudantes nas escolas.
– 11/2 – Início da greve por tempo indeterminado.
– 12 e 13/2 – Mobilização nas escolas e realização de assembleias locais e regionais.
-14/2 – Realização de Assembleia Estadual.
Foram aprovadas também duas moções, uma em repúdio ao reitor da Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM), que processa estudantes e professores por se manifestaram em defesa da educação democrática; e outra em apoio e solidariedade à greve dos petroleiros e petroleiras em todo o país.
Com apoio da Assessoria de Imprensa: StudiumEficaz