Escrito por: CUT-PE
Categoria reivindica o pagamento do reajuste salarial de 14,95% do piso nacional. A prefeitura do Recife quer incorporar apenas 7,5% ao salário e pagar os outros 7,45% restantes em forma de abono
Os professores e professoras das escolas públicas municipais do Recife, Pernambuco estão em greve por tempo indeterminado desde a noite dessa quarta-feira (29). A decisão foi aprovada em assembleia geral da categoria convocada pelo Sindicato dos Professores da Rede Municipal do Recife (Simpere).
Os cerca de 8.900 professores da rede do município reivindicam o pagamento do reajuste salarial de 14,95%, anunciado pelo Ministério da Educação, com base em lei federal, para o piso nacional do magistério. No entanto, a Prefeitura do Recife ofereceu a incorporação de apenas 7,5% ao salário e quer pagar os outros 7,45% em forma de abono, o que foi rejeitado.
A paralisação deve atingir 329 unidades de ensino. De acordo com o Simpere, 101 escolas abrem em horário noturno - todas elas para turmas de Educação de Jovens e Adultos (EJA).
A coordenadora-geral do Simpere, Jaqueline Dornelas, contou que esta não é a primeira vez que a prefeitura não cumpre a decisão do Ministério da Educação em reajustar o piso nacional dos professores.
“No mês de janeiro a gente tem direito ao reajuste anunciado de 14,95%. No ano passado, quando o reajuste era de 33,24%, a gente teve somente 23% incorporados”, disse a sindicalista.
Por meio de nota, a prefeitura do Recife informou que, desde janeiro, nenhum professor da rede municipal recebe abaixo do piso nacional, estabelecido pelo governo federal em R$ 4.420,55 para 2023, o equivalente a R$ 22,11 por hora/aula.
Com relação às demais faixas, a gestão municipal disse que vem realizando mesas de negociação com o Simpere e apresentou diferentes propostas, que foram rejeitadas pela categoria.
Os professores da rede estadual de Pernambuco também estão reivindicando reajuste salarial e definiram o dia 11 de abril como dia de paralisação.
Movimento grevista em 2022
Em 2022, a categoria da rede municipal do Recife também deflagrou greve. Depois de dez dias de paralisação, aceitou a proposta de reajuste oferecida. Naquela ocasião, ficou definido que os professores e professoras que recebiam até o piso salarial teriam 33,23% de reajuste.
Para os profissionais que trabalham 200 horas/aula, o salário passou de R$ 2.886 para R$ 3.845; quem já ganhava acima do piso, todavia, o reajuste foi de 23%, além de um abono salarial de 12% em cima do salário de abril até dezembro. No acordo, foi decidido que abono seria pago de uma vez.