Escrito por: Walber Pinto

Professores de MT rejeitam proposta e greve continua por tempo indeterminado

Em greve desde o dia 27 de maio e acampados em frente ao palácio do governo, professores e professoras do MT enfrentam repressão e cortes dos salários

Sintep

Os trabalhadores e trabalhadoras da educação de Mato Grosso, em greve há 51 dias, rejeitaram a proposta do governador Mauro Mendes (DEM) e decidiram por unanimidade manter a paralisação por tempo indeterminado. A categoria vai realizar mais um ato nesta quarta-feira (16), em Cuiabá, para pressionar o governo.

A decisão de manter a greve foi baseada nas deliberações trazidas pelos delegados e delegadas das 15 regionais sindicais no estado na sexta-feira (12). Os profissionais da educação rejeitaram o documento de conciliação do Tribunal de Justiça do Mato Grosso, que propôs a volta ao trabalho e o recebimento do salário cortado em duas parcelas.

Quanto ao cumprimento da Lei 510/2013, que equipara os salários com as demais carreiras com mesmo nível de formação, o Tribunal nada decidiu e o governo se recusa a tratar deste item da pauta.

A pauta de reivindicações dos trabalhadores da educação estadual é extensa, mais há três eixos principais que são: o cumprimento da Lei 510/2013, calendário de reformas das escolas que estão caindo aos pedaços e a posse imediata dos aprovados do concurso.

Além da falta de negociação e do corte dos salários, o Sindicato dos Trabalhadores no Ensino Público de Mato Grosso (Sintep-MT), também vai questionar na Justiça a proposta do governo de parcelar o pagamento alegando falta de recursos em caixa.

De acordo com a Secretária-Geral da CUT-MT e diretora do Sintep-MT, Guellda Andrade, a situação financeira dos servidores está cada vez mais difícil e muitos dependem de doações e ações solidárias para sobreviver com um mínimo de dignidade.

“Continuamos arrecadando cestas básicas para os servidores que continuam sem salários. Estamos fazendo várias ações solidárias como bazar, festa junina e contribuição em dinheiro para os professores”, afirma a dirigente.

A professora da educação básica, Clara Cáceres, é uma das que estão dependendo de ajuda para sobreviver. Ela diz que a sua situação só não está pior porque recebe ajuda de amigos e da família. “Estamos dependendo de ações solidarias. A situação está feia”.

Ato nesta quarta-feira (17)

Os trabalhadores e trabalhadoras na educação no estado do Mato Grosso têm realizado atos e manifestações semanais em protesto contra o não cumprimento da lei 510/2013, do sucateamento das escolas e por aumento de salários.

“Queremos reafirmar que a categoria não retornará para as escolas enquanto o governo não apresentar uma proposta mínima com relação ao cumprimento da lei 510 na sua integralidade. As pessoas estão decididas a manter a greve”, reafirma Guellda Andrade.

Segundo a dirigente, das 760 escolas públicas da rede estadual, 400 estão em condições precárias, realidade reconhecida pela própria secretária de educação do Estado, Marioneide Angelica Klemaschewsk.

“Esperamos reunir maior número de pessoas, pessoas no ato desta quarta-feira (17)”, finaliza.

Ataque de Hackers

Nesta segunda-feira (15), o site do Sindicato dos Trabalhadores do Ensino Público de Mato Grosso (Sintep-MT) sofreu ataque de hackers e ainda está fora do ar.

O internauta que tenta acessar o endereço encontra uma mensagem com a silhueta de uma arma e a seguinte mensagem: “[#] Faça Seu Papel, Pois Ninguém Vai Faze-lo (Sic) Pra Você [#]”.

Ainda não há informações se o ataque tem relação com a greve dos trabalhadores.