Escrito por: Redação CUT
Categoria luta por aumento de salários, que estão congelados há oito anos. Confira calendário de mobilização pela campanha salarial 2023
Em assembleia realizada nesta terça-feira (14), os professores, as professoras e orientadores educacionais do Distrito Federal aprovaram indicativo de greve e marcaram uma nova assembleia para o dia 26 de abril.
A categoria também aprovou o calendário de mobilização da campanha salarial apresentado pelo Sindicato dos Professores do Distrito Federal (Sinpro-DF), que exige, entre outros itens, reestruturação da carreira já. O calendário prevê uma série de atividades e encontros para discutir as reivindicações da categoria e manter a pressão sobre o Governo do Distrito Federal (GDF).
Salários congelados ha 8 anos
De acordo com o sindicato, os salários dos profissionais do magistério público estão congelados há oito anos, o que implica na desvalorização da carreira.
De março de 2015 a janeiro de 2023, tendo como referência o Índice Nacional de Preços (INPC) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a inflação acumulada é de 57,5%. Neste período o reajuste obtido pelos profissionais do magistério público do DF foi de 9,5% em média. A perda inflacionária imposta é de cerca de 30,5%.
“São oito anos que os nossos salários estão defasados e pela primeira vez a gente está abaixo do piso nacional sendo que o Distrito Federal sempre foi uma referência”, ressalta Letícia Montandon, diretora da Secretaria de Imprensa do Sinpro-DF.
De acordo com a dirigente, isso demonstra um grande descaso do GDF com os salários dos profissionais da educação.
“Nós estamos com uma perda salarial gigante, um empobrecimento da categoria. Para se ter ideia, nós estamos com um grande problema que são pessoas superendividadas com o BRB por conta dessa falta de uma política de reajustes que o GDF não vem aplicando nesses últimos anos”, disse Letícia.
Desigualdade salarial e déficit de pessoal concursado
Outras reivindicações levantadas pela categoria na assembleia estão relacionadas à desigualdade entre os vencimentos das diversas carreiras do ensino superior do GDF e à valorização salarial das aposentadas e aposentados.
Além disso, foi destacada a importância da nomeação imediata de todos os aprovados do último concurso para magistratura pública, inclusive do cadastro de reserva, e da realização de novo concurso para atender às defasagens da rede pública de educação. Os servidores defendem ainda que o governo garanta a proporção de 300 estudantes por orientador educacional e a diminuição da superlotação das salas de aula.
Negociações
Na assembleia, a comissão de negociação informou a categoria que as reuniões com o governo, que vêm acontecendo desde setembro/2022 para discutir a reestruturação da carreira do magistério público, foram retomadas nesta segunda-feira (13), inclusive, graças à pressão da mobilização pré-assembleia! Na reunião, os representantes do sindicato foram recebidos pelo secretário de Economia do GDF, Ney Ferraz.
Três eixos orientam as negociações:
1) A tabela salarial atual, que revela as perdas salariais decorrentes de oito anos de congelamento e do não cumprimento da lei (meta 17 do PDE).
2) Redução da quantidade de padrões, para fortalecer a carreira pela garantia de qualidade no acesso, permanência e conclusão dela.
3) Incorporação das gratificações, começando pela Gaped.
É também fundamental, para o fortalecimento da carreira, a valorização salarial dos aposentados e aposentadas, diz nota no site do Sinpro-DF. “Essa é uma luta importante desta campanha salarial”, segundo trecho da nota.
A luta dos educadores do DF é também por melhores condições de trabalho. A categoria relata superlotação das salas de aula, situação que compromete o trabalho pedagógico e adoece os docentes. “Seguiremos defendendo que o GDF garanta a proporção de 300 estudantes por orientador(a)!”, diz a direção do Sinpro-DF.
Outra luta é pela nomeação de todos os aprovados do último concurso, inclusive o cadastro reserva e por novos concursos.
De acordo com o sindicato, os profissionais de contrato temporário são fundamentais para vagas temporárias, entretanto, é necessário que professoras e orientadoras educacionais concursadas ocupem as vagas efetivas.