Escrito por: CUT -PR
Paralisação foi aprovada em assembleias realizadas nesta quarta-feira (8). Categoria luta conta retirada de direitos proposta pelo governador Ratinho Junior
Professoras, professores e funcionários de escola da rede pública estadual do Paraná decidiram, na noite desta quarta-feira (8), cruzar os braços por três dias. A greve foi aprovada durante assembleia da categoria que definiu, além da paralisação, realizar uma vigília na Praça Nossa Senhora de Salete, no Centro Cívico, em frente ao poder executivo estadual.
O objetivo da greve é pressionar deputados por alterações no Projeto de Lei Complementar (PLC)12/2021, de autoria do governador Ratinho Júnior (PSD), que trata do piso salarial do funcionalismo público.
Embora as mudanças tragam avanços na adequação do salário de ingresso, uma reivindicação histórica do Sindicato dos Trabalhadores em Educação Pública do Paraná (APP-Sindicato), o conjunto de alterações desmonta o Plano de Carreira dos professores e professoras, achata a tabela salarial e deixa o caminho aberto para que o piso vire teto. Além disso, retira direitos dos funcionários e deixa os aposentados completamente abandonados.
“Nós precisamos juntar forças e fazer essa luta, mesmo com as dificuldades do final de ano. É pela nossa carreira e pelo nosso futuro. Eles contam com o nosso cansaço. Nós contamos com cada um de vocês”, sintetizou Walkiria Mazeto, nova presidenta da APP, empossada no dia 7.
“Os aposentados ficam só com 3%. Para funcionários é mais grave, pois ainda perderão o adicional noturno. Esse projeto é pior que o de Beto Richa, em 2015. Cria uma divisão na nossa categoria e desmonta o que construímos até hoje como concepção de carreira. Isso não é valorização. Isso é desmonte”, argumentou.
Para o secretário-geral do sindicato, Celso Santos, um dos entraves do PLC é que o projeto não apresenta uma regulamentação sobre os salários. “Não somos contra reajuste, muito pelo contrário. Mas não existe uma tabela no projeto de Lei que afirme que alguém vai ganhar até R$ 5,5 mil. Isso vai ser regulamentado depois. É um engodo. O que está na Lei é a gratificação e o fim da carreira”, ele diz.
Para o presidente do Núcleo Metronorte da APP-Sindicato,(que abrange a região metropolitana norte de Curitiba, e secretário de Comunicação da CUT Paraná, Vandré Silva, Ratinho Júnior está usando os professores para enganar a população.
“Ele adota uma postura eleitoreira como se fosse um governo preocupado com a população e com os servidores. Além disso, ele ignora os 30% de defasagem salarial do todos os servidores da ativa e aposentados concedendo mais de 17 bilhões em isenções fiscais para setores produtivos ricos. A história de luta da educação pública pelos direitos, nos coloca a responsabilidade de fazer a defesa do nosso plano de carreiras conquistado com muita luta”, concluiu.