Escrito por: Concita Alves ( CUT-RN)

Professores Mossoró (RN) rejeitam ultimato do prefeito para encerrar greve

As redes municipais de educação de Mossoró e Natal reivindicam atualização do piso salarial 2023, pagamentos retroativos e encaminhamentos da pauta

Sindiserpum

A greve dos professores da rede municipal de Mossoró (RN), chega aos 53 dias, com o apoio da população, mas sem que haja avanço nas negociações, visto que, o executivo municipal tem insistido no entendimento de que eles recebem acima do piso nacional da educação, o que a categoria discorda.

Nessa sexta-feira (14), os servidores públicos municipais protestaram em frente à prefeitura, após o Sindicato dos Servidores Públicos de Mossoró – (Sindserpum) receber um ofício do prefeito exigindo que a categoria faça uma assembleia ainda hoje e acabe com a greve deflagrada no dia 23 de fevereiro.

Sindiserpum

No documento, o prefeito lista os pontos da pauta de reivindicação que está disposto a negociar, e reforça que já paga o piso nacional da categoria no valor R$ 4.420,55. Os professores e o sindicato dizem há outro elemento a ser considerado: o Plano de Cargos e Salários, que Bezerra está ignorando. A categoria cobra ainda o reajuste de 14,95% de 2023, e o retroativo de 33,67% referente a 2022.

“Trata-se de uma quebra de paradigmas, uma tentativa de manobra, na relação entre poder público e sindicatos nunca visto anteriormente. Não cabe ao prefeito ou gestor, fazer esse tipo de pedido. O ofício é ridículo e gerou revolta na categoria, visto que, não cabe ao prefeito decidir os rumos de um movimento em luta por direitos”, ressaltou Eliete Vieira, presidenta do Sindserpum.

 “Hoje [14] estamos realizando “adesivaço” desde às 7:30 da manhã nos carros e motos da população que quer registrar o seu apoio à greve dos professores. Além disso, a gente está denunciando a ousadia do prefeito Allysson Bezerra com o teor do ofício que enviou. Isso é um absurdo! Nós não vamos atender e não somos capachos do prefeito; estamos resistentes e resistindo com a população. Na segunda-feira (17) realizaremos nossa assembleia semanal. Já serão 56 dias de luta, de resistência e de resiliência da categoria”, acrescentou Eliete Vieira.

Campanha dos professores de Natal

Na capital do estado, Natal, os professores municipais acumulam perdas e diante das ações judiciais do prefeito Álvaro Dias (Republicanos), decidiram que em vez da greve, fazer campanha educativa para pressionar a prefeitura a pagar o que deve à categoria. A campanha é organizada pelo Sindicato dos Trabalhadores da Educação (Sinte-RN) e tem como lema: “Prefeito, a educação municipal espera há quatro anos: negociação, diálogo e valorização profissional”.

A rede municipal de educação da capital reivindica atualização do piso desde 2020, melhorias físicas nas escolas e a reabertura de vagas na educação infantil e de adultos, entre outras. O sindicato informa que as perdas contabilizam cerca de 67% no piso nacional da categoria. São 6,42%, que restam de 2020, mais 33,24% de 2022 (que incluiu o que não foi dado em nível nacional em 2021) e mais 14,95% deste ano.