Escrito por: CNTE

Professores podem fazer greve nacional em 26 de abril pelo pagamento do piso

"No dia 26 de abril faremos uma greve nacional pela aplicação da Lei do Piso na carreira e nosso calendário também aponta para a realização de uma Macha em Defesa da Educação em outubro", disse Roberto Leão

CPERS-Sindicato

Os professores e as professoras podem fazer uma greve nacional no dia 26 de abril pelo pagamento do Piso do Magistério. A greve já estava no radar antes das mobilizações realizadas nesta quarta-feira (22) em todo país em defesa da valorização profissional de quem trabalha na educação básica pública.

No último dia 19, depois de três dias de muitas palestras e debates sobre a conjuntura nacional da educação e sindical na “4ª Plenária Intercongressual Professor João Felício”, os profissionais da educação aprovaram um plano de lutas em defesa da educação pública de qualidade.

O plano inclui mobilização permanente em defesa do pagamento do piso, até que todos os prefeitos e governadores reajustem o piso em 14,94%, de R$ 3.845,63 para R$ 4.420,36, para uma jornada de no máximo 40 horas semanais, e o governo federal revogue o Novo Ensino Médio (NEM).

Esta luta não começou e nem terminou neste dia 22, destaca o secretário de Relações Internacionais da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE), Roberto Leão. Segundo ele, a guerra para que a Lei do piso (n° 11.738) seja efetivamente cumprida acontece desde o dia 16 de julho de 2008, quando foi sancionada pelo presidente Luíz Inácio Lula da Silva.

“Existe uma insistência de governadores e prefeitos em não cumprirem a lei e ainda buscarem todos os artifícios para inviabilizar essa conquista do Magistério, que queremos que seja estendida a todos os trabalhadores da educação, porque as escolas não vivem apenas de professores, existem também merendeiras, serventes, funcionários da administração que precisam e devem ser valorizados”, disse o dirigente.

“No dia 26 de abril faremos uma greve nacional pela aplicação da Lei do Piso na carreira e nosso calendário também aponta para a realização de uma Macha em Defesa da Educação em outubro”, explicou Leão.

O dirigente também disse que é importante entender que se trata da aplicação do piso na carreira, porque muitos governantes têm transformado o piso em teto, simplesmente aplicam o reajuste do piso e é isso que fica sendo o salário geral dos professores, tanto os que começaram agora quanto aos que estão na profissão há muito mais tempo.

“Dessa maneira os governantes têm tentado burlar a lei do piso e é por isso que a categoria tem de estar sempre mobilizada para defender o interesse, que não é só da categoria, mas que também é em conquistar uma educação pública de qualidade, que não acontecerá se não houver trabalhadores/as da educação sendo respeitados com dignidade”, destacou Leão.

A luta é por dignidade

Trabalhadoras da educação de diversos estados brasileiros foram às ruas neste dia 22 para exigir a aplicação do piso na carreira, mas desde o começo do ano a CNTE tem se posicionado para cobrar o governo a anunciar o reajuste e para mobilizar a categoria nos estados e municípios.

A presidente do Centro dos Professores Primários do Estado do Rio Grande do Sul (CPERS-Sindicato),  Helenir Aguiar Schürer, conta que há uma luta muito grande da categoria no estado contra o governo que quer achatar a carreira da educação.

Segundo ela, já teve questionamento sobre o valor do piso e as/os trabalhadoras/es gaúchos têm denunciado que a Lei não é cumprida em diversos municípios por decisão política.

“A lei é clara, aqueles estados e municípios que não tiveram condição de pagar o piso, receberão ajuda. O problema é que muitos estados e municípios não cumprem o percentual legal de investimento na educação. A luta pela valorização dos professores é fundamental porque é nossa sobrevivência”, ressalta.

Segundo Helenir, a categoria no estado já passou por governos que não pagaram o piso, parcelaram salário, atrasaram salários e isso gerou um endividamento muito forte da nossa categoria.

“Cobramos o reconhecimento do nosso trabalho, a valorização do nosso salário, porque queremos dar aula sem pensar em como vamos pagar luz, aluguel, água, atender necessidade dos nossos filhos. Uma greve da educação será fundamental para pressionarmos o Rio Grande do Sul voltar a valorizar a categoria”, explica ela ao dizer que houve um tempo em que o estado era o que melhor pagava os professores do Brasil. “Infelizmente caímos muito e estamos entre os piores, e isso é uma vergonha”.

Agenda de mobilizações da categoria

20 de março a 23 de abril: organização da 24ª Semana Nacional em Defesa e Promoção da Educação Pública e coleta de assinaturas de parlamentares ao manifesto da CNTE pela revogação do Novo Ensino Médio (NEM);

24 de abril: entrega dos manifestos no Ministério da Educação (MEC) sobre a revogação do NEM e pelas diretrizes de carreira;

26 de abril: Greve Nacional da Educação pela aplicação do reajuste do piso salarial inicial e na carreira para os/as profissionais da educação e pela revogação do NEM;

28 de abril: acontecerá a Live Nacional pela revogação do Programa Escola Cívico Militares;

1° de maio: os/as profissionais de educação irão às ruas em todo país pelos direitos da classe trabalhadora;

11 de agosto: a luta será nos Estados pelo Dia dos Estudantes;

7 de setembro: Grito dos/as Excluídos/as;

5 de outubro: no Dia Mundial do Docente, será a vez da Marcha da Educação em Brasília.