Escrito por: Redação RBA
De acordo com o programa, a retomada das políticas voltadas aos museus será feita por meio do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) e do Instituto Brasileiro de Museus (Ibram)
Na noite de domingo (2), um grande incêndio atingiu o Museu Nacional do Rio de Janeiro, que contava com cerca de 20 milhões de itens. A tragédia deve colocar a cultura na pauta das eleições. Entretanto, dos 13 candidatos à Presidência da República, apenas Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Marina Silva (Rede) apresentam projetos relacionados à política de museus.
De acordo com programas de governos registrados no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), dos outros 11 candidatos, apenas Ciro Gomes (PDT) e Guilherme Boulos (Psol) contam com uma seção exclusiva relacionada ao tema da cultura, mas sem menção direta aos museus.
O programa de Lula é o mais completo e claro. De acordo com o programa de governo, a retomada das políticas voltadas aos museus será feita por meio do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) e do Instituto Brasileiro de Museus (Ibram). "Essas duas instituições serão dotadas das condições para que conduzam iniciativas amplas e diversificadas de proteção e promoção do patrimônio cultural e de fortalecimento da política nacional de museus", diz.
Já a proposta de Marina Silva cita a proteção do patrimônio cultural como "parte fundamental para garantir a memória de nossos povos". "A política de preservação do patrimônio abrange o patrimônio natural e o conhecimento científico. Nos comprometemos a oferecer condições de funcionamento a museus, arquivos e bibliotecas", diz o texto.
O candidato à vice-presidente de Lula, Fernando Haddad, lamentou o incêndio e citou outros casos de abandono em São Paulo. "Instituto Butantã, Museu da Língua Portuguesa, Escola de Artes e Ofícios, Museu do Ipiranga e, agora, o Museu Nacional. Lamentável o descaso com o patrimônio histórico", tuitou.
Instituto Butantã, Museu da Língua Portuguesa, Escola de Artes e Ofícios, Museu do Ipiranga e, agora, o Museu Nacional. Lamentável o descaso com o patrimônio histórico.
— Fernando Haddad (@Haddad_Fernando) 3 de setembro de 2018Já nos projetos de Jair Bolsonaro (PSL) e Cabo Daciolo (Patriota), por exemplo, a cultura sequer aparece. O tucano Geraldo Alckmin conecta as políticas culturais a pautas econômicas em seu plano de governo, mas propostas para a preservação do patrimônio cultural. Henrique Meirelles (MDB) também não expõe nenhuma proposta específica para a área da cultura.
Desde 2014, o Museu Nacional não recebia a verba de R$ 520 mil anuais que bancam sua manutenção e apresentava sinais visíveis de má conservação, como paredes descascadas e fios elétricos expostos. Até abril deste ano, durante o governo Temer, o instituto havia recebido apenas R$ 54 mil.