Para a coordenadora da Fetraf-RS, plano é deficitário e não contempla os agricultores
A Promilk apresentou à justiça o plano de recuperação judicial que detalha as medidas a serem tomadas pela empresa para o pagamento dos credores. Ao todo a laticínios possuí 4.093 credores para os quais deve R$ 37 milhões. Os agricultores familiares enquadram-se na classe III da lista de categorização, os quais junto com outros credores que se encaixam na mesma categoria têm R$ 24 milhões a receber.
A empresa propõe o pagamento das dívidas em 10 anos, com prazo de dois de carência, em parcelas anuais. O plano sugere ainda a anistia de 50% do valor devido. As propostas precisam ser aprovadas em assembleia geral, pelos credores. Nos próximos dias a administradora judicial da Promilk deverá convocar a assembleia com este objetivo.
Para a coordenadora da Fetraf-RS, Cleonice Back, o plano é deficitário e não contempla a expectativa dos agricultores familiares. “As proposições são ruins pois além do parcelamento em uma década, com dois anos de carência, os produtores receberiam apenas a metade do valor a que têm direito, perdendo os outros 50%”, pontua. Além disso, Back salienta a fragilidade da proposta em relação às efetivas garantias de execução. “O pagamento está condicionado ao arrendamento de plantas industriais e alienação de imóveis, fato que gera incerteza quanto a capacidade de quitação”.
A Fetraf aguardará a convocação da assembleia de credores e, levará a proposta para apreciação dos agricultores familiares que, deverão deliberar sobre a aceitação do plano.
Em novembro de 2014 a Federação protocolou ação judicial coletiva em nome dos produtores de leite com débitos a receber da Promilk. No início de janeiro de 2015 a justiça incluiu os agricultores na lista de credores.
Em relação à falta de pagamento por parte da Laticínios Santa Rita a Fetraf-RS informa que a empresa pagou na quinta (22), 10% de valor devido aos produtores de leite.