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Protesto em frente à Eletrosul contra a privatização do setor elétrico

No Dia Mundial da Água, além da região sul, teve protestos também no Distrito Federal e manifestação contra a venda da água que é um recurso natural e não pode virar mercadoria

Publicado: 22 Março, 2018 - 11h51

Escrito por: Luciana Waclawovsky, especial para Portal CUT

Divulgação MST
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Cerca de 300 militantes do Movimento de Atingidos por Barragens (MAB) dos três estados da Região Sul do país – Santa Catarina, Rio Grande do Sul e Paraná – realizaram um ato público em frente à sede da Eletrosul, em Florianópolis, contra a privatização do setor elétrico brasileiro, que além de entregar o patrimônio nacional para a iniciativa privada, pretende vender, no mesmo pacote, a água que abastece a população. A manifestação  contou também com a participação de representantes de outros movimentos populares e sindicatos.

O protesto faz parte de uma série de ações pelo Dia Mundial da Água e chama a atenção para os perigos da privatização da água em vários países, em especial no Brasil, onde o governo do golpista e ilegítimo Michel Temer (MDB-SP) quer vender todas as reservas naturais do país para empresários estrangeiros.

“Esse governo golpista trabalha a serviço do mercado internacional e quer vender o que resta do setor público e estatal do país, incluindo a água que não é negócio, é um direito de todos e todas”, diz Robson Formica, da coordenação nacional do MAB.

Nesse cenário de retirada de direitos, de violências e criminalização, isso [a privatização da água] representará o aumento do preço da energia, do valor da água e deve piorar ainda mais as condições de vida do povo brasileiro, especialmente dos mais pobres
- Robson Formica

Formica pontuou, ainda, que a luta desta quinta-feira (22), na porta da Eletrosul, é também contra a agenda de retrocessos do golpista Temer, que cada vez mais avança a passos largos. Segundo ele, a principal bandeira dos protestos é a democracia, para que as empresas públicas sejam um instrumento de afirmação da soberania nacional.

“As estatais têm a função de oferecer melhorias nas condições de vida do povo brasileiro e não podem ser vendidas para se transformar em instrumento de exploração por meio de elevação de tarifas e prestação de serviço ineficiente como no caso do apagão sofrido na tarde de ontem”, destacou o dirigente.

Por volta das 16h desta quarta-feira (21) nove estados do Nordeste e parte da região Norte do país sofreram um grande blecaute provocado por uma empresa privada chinesa. O colapso no sistema causou transtornos a milhares de pessoas.  

Uma das principais características para justificar a venda do patrimônio é sucatear o serviço público, comentou Formica. Ele explicou que se instituiu, na opinião pública, um ambiente de que os serviços oferecidos pelo estado são ineficientes e desqualificados.

“Na verdade é exatamente o contrário: o serviço público do setor elétrico brasileiro é o mais eficiente do mundo e é principalmente por essa qualificação, especialmente dos trabalhadores, que as grandes multinacionais querem se empoderar desse conhecimento historicamente acumulado para alcançar altas taxas de lucro.”

As manifestação que também são parte da programação do FAMA acontecerão durante todo o dia na capital catarinense e em outros locais estratégicos do país, como o parque industrial da Coca-Cola, localizado no Distrito Federal.