Escrito por: CUT - RS
O presidente da CUT-RS, Amarildo Cenci, salientou que as condenações de Lula passaram por cima da Constituição
A CUT-RS e a Frente Brasil Popular protestaram contra a operação Lava Jato, denunciaram as ilegalidades cometidas pelo ex-juiz Sérgio Moro e os procuradores da força-tarefa do Ministério Público Federal (MPF) e repudiaram a destruição de empresas brasileiras e de milhares de empregos e a prisão sem provas e sem crime do ex-presidente Lula para impedi-lo de disputar as eleições de 2018.
O ato simbólico, que durou cerca de 40 minutos, foi realizado em meio a pancadas de chuva e os participantes respeitaram os protocolos sanitários, diante do prédio do Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF4), em Porto Alegre.
No local, os desembargadores Leandro Pausen, João Pedro Gebran Neto e Victor Laus mantiveram a sentença de Moro, em janeiro de 2018. Ali também o desembargador Rogério Favreto mandou soltar Lula em 8 de julho do mesmo ano, mas a decisão foi descumprida em Curitiba.
A manifestação ocorreu um dia após o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Edson Fachin, ter declarado a incompetência da 13ª Vara Federal de Curitiba para julgar quatro processos que envolvem Lula no âmbito da Lava Jato. Todas as decisões de Moro e da juíza Gabriela Hardt foram anuladas e as ações remetidas para a Justiça do Distrito Federal. Com isso, o ex-presidente recuperou os seus direitos políticos e poderá se candidatar em 2022.
O protesto acabou ainda antecedendo o julgamento na Segunda Turma do STF, nesta terça-feira (9), a partir das 14h, da suspeição de Moro nos processos contra Lula por não ter agido com isonomia. A ação foi pautada pelo ministro Gilmar Mendes.
Lula inocente, Moro suspeito
O presidente da CUT-RS, Amarildo Cenci, salientou que as condenações de Lula passaram por cima da Constituição, do estado democrático de direito e do devido processo legal. “Estamos aqui como militantes e cidadãos que, desde aquela época, denunciamos as barbaridades cometidas contra Lula”, afirmou.
Ele também ressaltou o fechamento de empresas e o corte de empregos como consequências das ações da Lava Jato ao barrar Lula de concorrer nas últimas eleições. Também lembrou a rapidez com que foram julgados os processos, comprovando que "foi montada uma verdadeira farsa" para condenar e prender o ex-presidente.
“Eles têm que pedir desculpas para aquilo que fizeram porque, depois disso, elegeram um presidente que mata o povo brasileiro”, disse Amarildo.
O dirigente da CUT-RS observou ainda que tudo isso não pode ficam assim. “Estamos aqui para cobrar a responsabilidade dos tribunais e que a história registre esses julgamentos a serviço do grande capital nacional e internacional. Lula é livre e inocente”, frisou.
“Judiciário ideológico e partidário”
O vereador Jonas Reis (PT), vice-líder da bancada de oposição na Câmara de Porto Alegre, condenou “o judiciário ideológico e partidário” e chamou a atenção de que “agora nós temos Lula de novo, elegível e candidato para retomar o Brasil com pleno emprego”.
O parlamentar denunciou também os ataques do governo Bolsonaro e a política neoliberal do ministro da Economia, o banqueiro Paulo Guedes. “Não aguentamos mais mortes”, enfatizou Jonas. “E nunca houve tanta grilagem de terras e tantas mortes de mulheres, trabalhadores sem terra, quilombolas, LGBTs e indígenas”, acrescentou.
Estiveram presentes dirigentes da CUT-RS, da Confederação Nacional dos Metalúrgicos (CNM-CUT), de sindicatos e representantes do MST, Movimento de Pequenos Agricultores (MPA) e Levante Popular da Juventude.