Protestos contra Bolsonaro já começaram e ganham força nesta quarta-feira
Panelaços foram registrados em várias cidades. Em São Paulo e no Rio, até mesmo em bairros tradicionalmente conservadores houve protestos contra o governo e o descaso com a evolução da pandemia do coronavírus
Publicado: 18 Março, 2020 - 12h02 | Última modificação: 18 Março, 2020 - 12h52
Escrito por: Redação CUT
Bastou a orientação da CUT e centrais sindicais para que as manifestações marcadas para esta quarta-feira (18), Dia Nacional de Luta em Defesa do Serviço Público, Educação, Estatais, Emprego e Salário, Soberania, Defesa da Amazônia e Agricultura Familiar, fossem feitas de forma responsável, evitando aglomerações, para que trabalhadores e trabalhadoras em várias cidades, soltassem a voz (e as panelas) protestando contra o presidente Jair Bolsonaro já na terça-feira.
Esquenta
O ‘panelaço e os protestos desta terça-feira foram apenas um “esquenta” para o ‘barulhaço’ chamado pela CUT, centrais sindicais e pelo movimentos sociais representados pelas frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo, marcado para às 20h30.
‘Fora, Bolsonaro’
Panelaços e gritos de “fora Bolsonaro” foram registrados em vários locais e repercutiram nas redes sociais nesta terça. A hashtags #bolsonaroacabou e #bolsonaronãoémaispresidente ficaram durante várias desta terça-feira nos assuntos mais comentados no Twitter. Até mesmo a mídia tradicional noticiou os protestos. De acordo com reportagem do G1, protestos foram ouvidos em São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Recife e Distrito Federal.
Em São Paulo, em vários bairros, mesmo nos tradicionais redutos conservadores, Bolsonaro foi alvo de protestos. Por volta das 20h30, panelaços foram ouvidos na Bela Vista, Brás, Perdizes, Pompéia e Vila Madalena.
No Rio de Janeiro, moradores de Copacabana, ficaram enfurecidos com as declarações de Bolsonaro de que o bairro se assemelha à Itália por concentrar moradores idosos.
“Pelo que parece, não tenho certeza, pela última informação que eu tive, que está faltando confirmação. Agora a Itália é uma cidade… é um país parecido com o bairro de Copacabana, onde cada apartamento tem um velhinho ou um casal de velhinhos. Então são muito mais sensíveis, morre mais gente”, disse Bolsonaro que vem há dias debochando da pandemia do coronavírus (Covid-19) que já infectou e matou milhares de pessoas no mundo. No Brasil já são mais de 350 infectados e um morto.
Também no Rio de Janeiro, protestos foram ouvidos no Jardim Botânico e Laranjeiras. Já em Brasília, houve panelaço na Asa Norte.
Responsabilidade na mobilização
Ao contrário do que fez Bolsonaro, que no último domingo chegou a sair às ruas para cumprimentar pessoas que participavam de manifestações em seu favor, a CUT e centrais sindicais decidiram manter as mobilizações desta quarta-feira, em defesa do emprego e renda, das estatais, de servidores e do serviço público, mas orientaram os trabalhadores a evitar as aglomerações, seguindo as recomendações da Organização Mundial da Saúde (OMS).
Até mesmo o ministério da Saúde, do governo Bolsonaro, publicou comunicado em seu portal em que “recomenda o isolamento domiciliar ou hospitalar de pessoas com sintomas da doença por até 14 dias, além da recomendação para que pacientes com casos leves procurem os postos de saúde”.
Bolsonaro ainda é suspeito de infecção pelo coronvírus e ainda assim, foi às ruas e tevve contato com outras pessoas.