Escrito por: Redação CUT
Além da reforma da Previdência, cortes na Educação e em programas sociais, a popularidade de Bolsonaro que já era baixa veio caindo ainda mais por causa de declarações grotescas e preconceituosas
O aumento da rejeição ao governo de Jair Bolsonaro (PSL) no Nordeste, confirmado pelos institutos de pesquisas, são um indício forte de uma derrotada arrasadora do PSL nas eleições de 2020, na opinião de políticos dos nove estados da Região – Maranhão, Piauí, Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco, Alagoas, Sergipe e Bahia.
De acordo com pesquisa do Instituto Datafolha, divulgada nesta segunda-feira (2), entre os nordestinos, o índice de ruim e péssimo de Bolsonaro subiu de 41% para 52% entre julho e agosto – 14% a mais do que o percentual de rejeição nacional, que subiu de 33% para 38% no mesmo período.
A reforma da Previdência, que dificulta o acesso à aposentadoria e reduz o valor dos benefícios, aprovada na Câmara dos Deputados em julho, que está tramitando no Senado, também contribui para aumentar a reprovação a Bolsonaro, especialmente entre os entrevistados com idades entre 35 anos e 44 anos e também entre 45 anos e 59 anos (44% da população brasileira).
“São duas faixas atingidas diretamente por esse tema”, explica o diretor-geral do Datafolha, Mauro Paulino.
Declarações grotescas
Além da reforma da Previdência, cortes na Educação e em programas sociais, a popularidade de Bolsonaro que já era baixa veio caindo ainda mais por causa de declarações grotescas dele. No mês passado ele pegou o microfone da câmera da TV Globo e pediu "chuva de honestidade" para a região.
"Queria que a Globo botasse no ar um vídeo com uma canção lá do Nordeste, chama-se Chuva de Honestidade", afirmou. "É uma canção que é mais velha que eu, de 54, e o que o Nordeste sempre precisou foi disso, chuva de honestidade. E o Brasil agradece", acrescentou.
Em julho, foi divulgado um vídeo em que Bolsonaro fala sobre "governadores de paraíba" e cita o governador Flávio Dino, do Maranhão. "Não tem que ter nada para esse cara [Dino]".
Outro fator que também pode explicar a impopularidade dele foi a redução dos empréstimos para o Nordeste pela Caixa Econômica ao longo deste ano. Nos primeiros sete meses do ano foram autorizados para a Região financiamentos da ordem de R$ 89 milhões, o que representa somente 2,2% do total de cerca de R$ 4 bilhões chancelados pelo banco para estados e municípios.
De acordo com reportagem do jornal O Estado de S. Paulo, a determinação teria partido do próprio presidente da Caixa, Pedro Guimarães.
XP Investimento/Ipesp
Outro levantamento, feito pela XP Investimentos/Ipespe, havia apontado que a reprovação de Bolsonaro no Nordeste aumentou 27 pontos percentuais em oito meses. Em janeiro 26% dos eleitores da região avaliavam o presidente como ruim e péssimo. De acordo com pesquisa, o percentual chegou a 53% em agosto.
No segundo turno da eleição presidencial, Bosonaro conseguiu apenas 30,3% dos votos válidos no Nordeste (8,8 milhões de votos). O seu então adversário, Fernando Haddad (PT), alcançou 69,7% (20,3 milhões).
Vox Populi
Pesquisa do Instituto Vox Populi divulgada no dia 30 de agosto mostra que, entre abril e agosto deste ano, a avaliação negativa de Bolsonaro como presidente pulou de 26% para 40%.
A queda expressiva da avaliação do desempenho de Bolsonaro verifica-se em todas as regiões e segmentos de sexo, idade, renda, escolaridade e religião, segundo o levantamento que ouviu 1.987 pessoas em 119 municípios entre 23 e 26 de agosto.
Com informações do Brasil247.