Escrito por: Hylda Cavalcanti, da RBA
Partido realiza neste fim de semana, em Brasília, encontro que vai analisar pontos positivos e negativos da campanha eleitoral e definição de estratégias para a oposição ao novo governo em 2019
Parlamentares, acadêmicos e integrantes do PT e de outras legendas de esquerda reforçaram, durante ato político realizado nesta quinta-feira (29), em Brasília, um movimento para ampliar a mobilização pela libertação do ex-presidente Lula, mantido preso político desde abril, na sede da Superintendência da Polícia Federal, em Curitiba. Eles lançaram o livro "Luiz Inácio Luta da Silva, Nós Vimos uma Prisão Impossível", de vários autores, e conclamaram segmentos da sociedade civil a reforçarem os atos para pedir aos tribunais superiores a libertação do ex-presidente. Na semana que vem, o Supremo Tribunal Federal (STF) deve julgar um novo recurso apresentado pelos advogados de defesa, pedindo a liberdade de Lula.
O ex-ministro e ex-secretário geral da Presidência Gilberto Carvalho, um dos primeiros a falar – e um dos autores do livro – disse que o movimento dos militantes que continuam no acampamento em Curitiba próximo à Superintendência da Polícia Federal, onde Lula está preso, está mais forte do que nunca e que, caso o ex-presidente passe o Natal detido, catadores que há anos o visitavam neste período do ano confirmaram que irão passar o feriado lá.
“Cada um dos que estão aqui e todos os que ampliam por esse Brasil nosso movimento confirmam que Lula está mais do que presente. O que não aceitam é saber que com tantas artimanhas para tramar sua ausência na vida política do país ele continua presente”, afirmou Carvalho.
O ex-ministro apontou a tentativa de naturalização da prisão do ex-presidente. “Jamais aceitaremos isso. Lula livre representa o nosso programa para um Brasil justo, fraterno e igualitário”, acrescentou. Carvalho conclamou as pessoas a se mobilizarem para ato a se realizar na próxima semana em Brasília, ainda em organização.
Sem pacificação
A presidenta nacional do PT, senadora Gleisi Hoffmann (PR), destacou que embora os dias em São Bernardo do Campo que antecederam a prisão de Lula tenham sido tristes para o país, considera que foram também dias muito bonitos. “Lá dentro do sindicato, por várias vezes Lula nos lembrou de sua mãe, dona Lindu, que dizia para os filhos ‘teimem’. E nos contava que ele teimou e continuará teimando até o fim. Temos que seguir seu exemplo”, afirmou. “O livro que estamos lançando hoje é um grito pela liberdade de Lula. O país não ficará pacificado enquanto ele estiver preso”, acrescentou Gleisi.
O jornalista e escritor Camilo Vannuchi lembrou trechos do seu texto para o livro, no qual ressalta que Lula “travou sempre o bom combate e substituiu a imagem de um condenado cabisbaixo e solitário pela de um líder de massa carregado nos ombros, exaltado em prosa e verso”.
A publicação, que tem artigos de 21 autores, foi coordenada pelos pesquisadores e acadêmicos Esther Solano, Aldo Zaiden e Camilo Vannuchi. O PT inicia hoje em Brasília um encontro no qual vai discutir sua estrutura interna e na comunicação.
O evento deverá avaliar, pela primeira vez depois das eleições, formas de oposição ao novo governo, o papel das mídias sociais na vitória de Bolsonaro, avanços observados na campanha que levou Haddad ao segundo turno e, também, falhas observadas ao longo do período.