Escrito por: Redação CUT
Dorivan, Guajajara da Terra Indígena Arariboia, foi morto e esquartejado na cidade de Amarante, região oeste do estado
Mais um indígena Guajajara foi assassinado no Maranhão. De acordo com a Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib), o corpo de Dorivan do povo Guajajara, da Terra Indígena Arariboia, foi encontrado esquartejado na cidade de Amarante do Maranhão. O corpo de um homem não indígena também foi encontrado. É o quarto assassinato de integrantes da etnia em dois meses.
Só no último fim de semana, dois ativistas indígenas foram assassinados no Maranhão e dois ficaram feridos. No sábado (7), em Jenipapo dos Vieiras, no Maranhão, os indígenas Guajajara Firmino Prexede Guajajara e Raimundo Bernice Guajajara foram assassinados quando voltavam de uma reunião com representantes da Eletronorte e da Fundação Nacional do Índio. Nelsi Olímpio Guajajara levou um tiro na perna, mas sobreviveu. O outro indígena ferido não foi identificado.
Em 1º de novembro, o líder indígena Paulo Paulino Guajajara, que atuava como guardião da floresta, foi assassinado dentro da Terra Indígena Arariboia. Nenhum dos crimes foi solucionado pela Justiça.
De acordo com nota publicada nesta sexta-feira (13) em suas redes sociais, a Apib afirma que "um ataque desenfreado contra os povos indígenas vem tomando conta do Maranhão".
A coordenadora-executiva da Apib, Sonia Guajajara, que se candidatou à vice-Presidência, em 2018, afirmou que o clima na região é mais grave do que “um cenário de guerra". "Estamos num campo de batalha onde o ódio disseminado pelas forças políticas conservadoras, autoritárias, racistas são estimuladas pelo fascismo que já extrapolou todos os seus limites.”
O número de lideranças indígenas mortas em conflitos no campo em 2019 foi o maior em 11 anos, segundo dados da Comissão Pastoral da Terra (CPT) divulgados na segunda-feira (9). Foram sete mortes em 2019 e duas em 2018. Os dados são preliminares. O balanço final será feito em abril de 2020.
Com apoio do Brasil de Fato.