Escrito por: Redação CUT

Quase 3 milhões de trabalhadores estão desempregados há mais de 2 anos no Brasil

Segundo o IBGE, o total de trabalhadores desempregados há mais de 2 anos chegou a 2,985 milhões no final do segundo trimestre de 2022

Roberto Parizotti (Sapão)

Cerca de três em cada dez trabalhadores e trabalhadoras desempregados estão procurando se recolocar no mercado de trabalho há mais de dois anos, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

O total de trabalhadores desempregados há mais de 2 anos chegou a 2,985 milhões no final do segundo trimestre de 2022, cerca de 29,6% do total de desempregados no país, estimado em 10.080 milhões de pessoas.

Outros 4,3 milhões desistiram de procurar depois de muito tentar e não conseguir um emprego, são os trabalhadores que o IBGE chama de desalentados. Os desalentados não entram no cálculo do   desemprego. De acordo com a metodologia usada pelo IBGE na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua), só é considerado desempregado quem tem idade para trabalhar, mais de 14 anos, não está trabalhando, mas está tentando encontrar um trabalho.

De acordo com a análise trimestral dos dados do IBGE, quanto mais tempo o trabalhador fica desempregado – procurando vaga ou desalentado -, maior é a dificuldade de conseguir uma recolocação no mercado de trabalho.

O levantamento do IBGE mostra ainda que a   maioria dos trabalhadores que procurava uma vaga no final do segundo trimestre deste ano estava na fila do desemprego há mais de um mês, porém a menos de um ano.

No segundo trimestre de 2020, auge da crise provocada pela pandemia, os desempregados nesta faixa representavam 58% do total, proporção recorde de toda a série histórica da pesquisa.

Já a menor parcela (12,2%) estava na fila há mais de 1 ano, mas há menos de 2 anos. Os que buscavam nova vaga há menos de 1 mês somavam 15,7% do total de desempregados.

Fila de desemprego de 2 anos é maior no Nordeste

A Região Nordeste registrou a maior proporção de pessoas desempregadas há mais de dois anos (35,1%).

Em seguida estão as regiões Norte, com 28,9%, Sudeste (28,6%), Sul (22,8%), e Centro-Oeste (19,9%).