Escrito por: Redação CUT
Segundo o doutor em economia, Emílio Chernavsky, nos governos do PT as vendas eram maiores por uma série de medidas, entre elas, aumento sustentado da renda e à expansão do crédito, o que garantia os empregos
A queda na venda de veículos, que em janeiro foi a mais baixa desde 2005, reduz os empregos na indústria automobilística e empurra metalúrgicos para trabalhos por conta própria, precários e sem direitos.
O cenário é bem diferente do que o Brasil viveu nos governos de Lula e Dilma Rousseff. Segundo o doutor em economia, Emílio Chernavsky, nos governos do PT as vendas eram maiores por uma série de medidas, entre elas, aumento sustentado da renda, expansão do crédito, concessão de incentivos tributários que reduziram o preço relativo dos automóveis e viabilizaram sua aquisição por parcelas da população historicamente excluídas. Tudo isso garantia a manutenção e expansão de empregos formais, com direitos garantidos pela Consolidação das Leis do Trabalho (CLT).
Queda nas vendas
O mês de janeiro deste ano foi o pior em vendas de veículos no Brasil em 17 anos. De acordo com o balanço divulgado pela Fenabrave Federação Nacional Distribuição Veículos Automotores (Fenabrave), no início de fevereiro, 126,5 mil unidades foram licenciadas no país durante o mês passado, entre carros de passeio, utilitários leves, caminhões e ônibus, relata reportagem do jornal O Estado de S.Paulo. Desde os menos de 110 mil veículos registrados em igual mês de 2005, não se via um janeiro tão baixo.
Ainda segundo a reportagem, a queda em relação a igual período do ano passado foi de 26,1%. Já em relação a dezembro, quando o mercado deu sinais de reação com o melhor volume de 2021, o tombo foi ainda maior: 38,9%.
Menos empregos no setor
Quanto menos vende, mais a indústria automobilística demite. E o resultado dessa queda divulgada pela Fenabrave é metalúrgico virando trabalhador por conta própria, ou seja, sem direto nenhum.
Reportagem do Reconta Aí diz que aumentou o número de metalúrgicos que viraram motoristas de Uber em cidades como São Paulo, São Bernardo do Campo (no ABC Paulista) ou Taubaté, interior do estado onde tem unidades de montadoras.
O montadoras de carros e a saída de grandes empresas do Brasil, também têm contribuido para a redução dos empregos no setor.
A reportagem ouviu o doutor em economia, Emílio Chernavsky, que lamentou a situação. Segundo ele, "a indústria automobilística é formada por cadeias produtivas longas, e sua expansão possui relevante efeito indutor sobre a atividade econômica, a geração de empregos qualificados e o desenvolvimento tecnológico no País".
Em outras palavras, o economista aponta que além dos empregos diretos gerados pela indústria, há diversos outros indiretos. Eles vão desde pequenas fábricas que produzem componentes simples - como parafusos - até os restaurantes no entorno e as escolas profissionalizantes.
Indústria automobilística e empregos qualificados: tinha, mas acabou
O economista também fez uma análise sobre a história recente da indústria no Brasil, comparando a situação do setor antes dos governos do PT e depois.
"O licenciamento de veículos no Brasil, que flutuava em torno de 1,5 milhões de unidades por ano na década de 1990, cresceu continuamente nos governos do PT, se aproximando dos 4 milhões em 2014", e explicou porque isso aconteceu citando aumento da renda, do acesso ao crédito e os incentivos tributários no período.
Confira aqui a íntegra da reportagem do Reconta Aí