Escrito por: Mauro Lopes, da Revista Fórum
O destaque do primeiro jogo da Copa foi o atacante de 33 anos, que hoje joga no Fenerbahçe, da Turquia
Enner Valencia, o camisa 13 da seleção do Equador, foi o grande destaque do primeiro jogo da Copa do Catar neste domingo (20). Ele fez o primeiro gol do torneio e os dois gols do jogo (e mais um, anulado). Brilhou, foi o grande jogador da abertura da Copa. Saiu aos 75 minutos, mancando, com dores no joelho direito.
Aos 33 anos, Valencia joga atualmente no Fenerbahçe, na Turquia. É o maior artilheiro do Equador em Copas do Mundo. Marcou seu quinto gol em Copas do Mundo. Ele já havia feito três gols em 2014, na Copa disputada no Brasil. Na ocasião, ele marcou dois gols contra Honduras e um contra a Suíça, mas o Equador não conseguiu a classificação para as oitavas-de-final. No total, este foi o 37° gol dele em 75 jogos pelo Equador. Antes do Fenerbahçe, passou por times como West Ham e Everton, da Premier League inglesa.
Valencia tornou-se o jogador equatoriano mais caro já vendido para o exterior em 2013, quando trocou o Emelec, um dos dois times mais importantes do Equador, pelo Pachuca, no México, por US$ 4,5 milhões (cerca de R$22 milhões).
A partir daí, tudo seguiu uma curva ascendente. Na infância, com recursos econômicos limitados, vendeu leite até o clube onde começou a carreira lhe dar abrigo e comida. Tornar-se um dos craques do futebol nacional abriu as portas para a seleção.
Valencia tem uma vida pessoal conturbada. Um dos episódios que marcaram sua trajetória aconteceu em outubro de 2016.
Simulou uma lesão grave para fugir à polícia e evitar ser detido, durante o jogo de qualificação do Equador para o Mundial 2018, contra ao Chile. No 82º minuto da partida que terminou com a vitória do Equador por 3 a 0, Valencia pediu para ser substituído. O que ninguém esperava é que ele abandonasse o estádio numa maca, com uma máscara de oxigênio, obrigando ao seu transporte em ambulância para o hospital. A polícia ainda foi atrás da ambulância, mas o jogador conseguiu chegar ao hospital sem ser detido.
Os policiais estavam presentes no estádio para prendê-lo devido ao não pagamento de pensão alimentícia a uma filha (no valor de 18 mil euros). Mais tarde, o seu advogado, Juan Carlos Carmihniani, informou que ele chegou a um acordo, sendo a ordem de prisão anulada.