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Quem quer um Brasil para todos tem que ir para rua dia 18 de março, diz Sergio Nobre

Ao convocar ato para 18 de março, presidente da CUT avisa que serviços públicos de saúde, educação e Previdência, podem acabar se não houver luta. Para ele, Bolsonaro e Guedes vão destruir “tudo”

Publicado: 21 Fevereiro, 2020 - 16h17 | Última modificação: 13 Março, 2020 - 09h56

Escrito por: Érica Aragão

Alex Capuano/CUT
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O presidente da CUT, Sergio Nobre, chama os trabalhadores e as trabalhadoras para participarem de atos, no dia 18 de março, em todo o país.

Será o “Dia Nacional de Luta em Defesa do Serviço Público, Estatais, Emprego e Salário, Soberania, Defesa da Amazônia e Agricultura Familiar”. Convocado pela CUT e demais Centrais sindicais, o 18 de março será um dia de mobilizações nos locais de trabalho, paralisações e atos nas principais capitais e nas cidades do interior do país.

Sergio Nobre defende a manifestação legítima e democrática, lembrando que as medidas neoliberais do governo de Jair Bolsonaro e seu ministro da Economia, o banqueiro Paulo Guedes, têm retirado direitos dos trabalhadores, a economia patina, sem dar sinais de recuperação, e o patrimônio nacional é colocado à venda para estrangeiros a preço de banana.

Para Nobre, outras decisões do atual governo tem tornado difícil a vida de milhões de brasileiros, como a dificuldade em ter acesso à aposentadoria e outros benefícios da Previdência Social, com o caos que impera no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS).

“As filas para receber o Bolsa Família só aumentam, mais de 12 milhões de brasileiros e brasileiras estão desempregados e mais de 50% da população na informalidade. Isso sem contar o crescimento do número de pessoas em situação de rua em todo país. E para piorar não existe nenhuma política no sentido de reverter este cenário, pelo contrário”, destaca.

Para Sérgio Nobre, o Estado brasileiro é o principal alvo do governo de Bolsonaro e de Paulo Guedes.

“Eles odeiam tudo que é público, tudo que é estatal e não escondem isso”, afirma.

Ainda segundo o presidente da CUT, o Brasil tem serviços públicos de saúde, educação e Previdência, mas se a população não protestar nas ruas, Bolsonaro e Guedes vão destruir tudo.

Para Sergio Nobre, os neoliberais não governam para todo mundo, eles governam para uma parte da população, justamente a que tem recurso para pagar.

Ele lembra que para ter saúde e educação privadas, as pessoas precisam ter condições de pagar, mas 90% da classe trabalhadora não ganham o suficiente para isso.

“E quando é público é para todo mundo, então quem quer um Brasil para todos e todas têm que ir para rua dia 18 de março”, diz

Para Sergio, o dia 18 é para dizer chega, e que o Brasil precisa mudar de rumo.

“A gente espera que milhares e milhares de trabalhadores venham para rua dizer que o país está no rumo errado e que precisa recuperar o caminho correto de fortalecer as políticas públicas, geração de emprego, do crescimento com soberania e não permitir as arbitrariedades que estão sendo feitas no Brasil”, ressaltou.

Sem reação, o que está ruim pode piorar

O atual cenário é mesmo de perversidade contra a classe trabalhadora. Os serviços públicos estão sendo desmontados pelo governo, que não investe em estrutura e muito menos em pessoal. Pelo contrário, no fim do ano passado, só o INSS anunciou o corte de 50% da estrutura administrativa e existe uma previsão de fechar mais de 500 agências até julho deste ano.

Além disso, um decreto do governo extinguiu temporariamente os concursos públicos, sendo que o número de servidores já diminuiu, a idade média da categoria, hoje, é de 60 anos e 60% dela está apta a se aposentar.

“Daqui alguns uns dias vão enviar para o Congresso Nacional uma proposta de Reforma Administrativa, que na verdade, é para acabar com concurso público, permitir a demissão de servidores e isso vai agravar o que já está grave”, destaca Sergio.