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Raphael Martinelli: uma vida dedicada à luta dos trabalhadores

A CUT presta as suas homenagens ao velho combatente da nossa classe que nos deixou aos 95 anos

Publicado: 17 Fevereiro, 2020 - 16h51 | Última modificação: 17 Fevereiro, 2020 - 17h33

Escrito por: CUT

Divulgação
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Faleceu neste domingo (16) o militante, sindicalista e ativo participante da luta de classes no Brasil, Rafhael Martinelli, a quem a CUT saúda a memória com a certeza que seu exemplo ficará marcado para sempre.

Martinelli nasceu em São Paulo, no bairro da Lapa, em 16 de outubro de 1924. De mãe italiana e pai brasileiro, começou a trabalhar aos 12 anos de idade, como ocorria com as famílias operárias à época, numa indústria química, passando depois por fábricas de vidro e metalúrgica até ingressar em 1941 na rede ferroviária (na então São Paulo Railway), onde iniciou sua trajetória de sindicalista em 1950.

Desde jovem entrou no Partido Comunista Brasileiro (PCB), então clandestino, tendo sido candidato a deputado federal em 1958 pelo PTB. Foi eleito presidente da Federação Nacional dos Ferroviários em 1959 e era membro do Comando Geral dos Trabalhadores (CGT) no governo de Jango Goulart, quando sobreveio o golpe militar de 1º de abril de 1964.

Em desacordo com a falta de resistência do PCB ao golpe militar, Martinelli sai do “partidão” e participou da fundação da Ação Libertadora Nacional (ALN), ao lado de Carlos Mariguella, em 1967, entrando na clandestinidade. Ele, que já havia sido preso por sua militância sindical nos ferroviários em 1955, é novamente preso em 1970 pela Operação Bandeirantes (OBAN) em São Paulo, ficando detido por quatro anos sofrendo tortura e pressão permanente.

Na década de 80, Martinelli participou da criação do PT e da fundação da CUT, estando sempre presente em ações do movimento sindical, inspirando as novas gerações de sindicalistas com sua energia e experiência de luta.

Em 2001, Martinelli foi um dos fundadores do Fórum dos Ex-presos e Perseguidos Políticos do Estado de São Paulo e em 2009 do Núcleo de Preservação da Memória Política. Até onde seu estado de saúde permitiu, foi advogado do sindicato dos Ferroviários da Central do Brasil.

Em inúmeras ocasiões esteve na CUT, organizou atividades e eventos em defesa da democracia e da classe trabalhadora. Em 9 de julho de 2017, Dia da Luta Operária em homenagem à Greve Geral de 1917 em São Paulo que, assim como a Revolução Russa, completava 100 anos, Martinelli foi um dos homenageados pela CUT.

A Central Única dos Trabalhadores presta as suas homenagens ao velho combatente da nossa classe que nos deixou aos 95 anos.

 

Raphael Martinelli, presente!