Acordo assinado em setembro do ano passado previa o fim da greve em troca de estabilidade e julgamento do dissído que até agora não foi julgado
Seis meses depois de firmar um acordo no Tribunal Regional do Trabalho de São Paulo (TRT-4) para que os radialistas suspendessem uma greve por reajuste de salário em troca de estabilidade, a RedeTV! começou a demitir os trabalhadores, ignorando o que foi determinado pelo desembargador Valdir Florindo, vice-presidente do TRT.
A informação é dos dirigentes do Sindicato dos Trabalhadores em Empresas de Radiodifusão e Televisão no Estado de São Paulo. Segundo eles, nas últimas duas semanas dois funcionários foram demitidos e a empresa descontou os 17 dias de salários dos trabalhadores que cruzaram os braços entre os meses de setembro e outubro de 2021. Isso também não estava previsto no acordo firmado com o Sindicato.
De acordo com folnheto que o sindicato está distribuindo, o acordo tem, inclusive, uma “cláusula de paz”, redigida pelo desembargador, que diz: “A empresa suscitada assegure a garantia de emprego a esses trabalhadores até o julgamento deste Dissídio coletivo de greve pela C. Seção Especializada em Dissídios Coletivos deste Tribunal”.
O acordo foi firmado no dia 16 de setembro do ano passado. A empresa se comprometeu a não demitir ninguém até que o caso fosse julgado, mas não cumpriu o que foi combinado.
O dissídio, que vai decidir o índice de reajuste, sequer teve julgamento iniciado no TRT- 2ª Região. A audiência foi marcada três vezes e três vezes desmarcada ou porque um dos desembarcadores estava doente ou de férias ou porque o desembargador-relator do caso se aposentou.
Desde maio de 2017, os radialistas da RedeTV! estão sem reajuste. Os trabalhadores reivindicam no mínimo a inflação do período de maio de 2017 a abril de 2021, que é de 18, 71%.