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Ricardo Zarattini foi 'exemplo de força', afirma Lula

Ex-deputado federal e histórico militante progressista, Ricardo Zarattini morreu na tarde deste domingo (15), aos 82 anos. Ele estava internado há dez dias no Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo.

Publicado: 16 Outubro, 2017 - 00h41 | Última modificação: 17 Outubro, 2017 - 08h45

Escrito por: Redação RBA e CUT Brasil

Carlos Zarattini / Arquivo pessoal
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“Ricardo Zarattini foi um amigo, um companheiro e um exemplo de força e perseverança em uma vida dedicada às causas sociais e à luta por um Brasil mais justo e solidário”, afirmou no início da noite deste domingo (15), o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao receber a notícia da morte do ex-militante político do PT e ex-deputado federal.

O presidente da CUT, Vagner Freitas, em postagem nas redes sociais, chamou Zarattini de "o nosso Chê" e declarou: "Triste notícia. Ricardo Zarattini nos deixou. Um intelectual e um soldado. O nosso Chê, um homem de luta e de família, um exemplo. O que o movia? O amor pelo Brasil e pela democracia. Democracia como uma forma de fazer os mais pobres chegarem aos melhores lugares. Eu mando minhas homenagens a este herói e à sua família, a este lutador que a repressão e a perseguição não conseguiram demover. Ricardo Zarattini, presente!".

Vagner Freitas reproduziu entrevista de Ricardo Zarattini concedida à Fundação Perseu Abramo em 2015 (veja abaixo), em que o ex-deputado denunciava o golpe então em curso contra a presidenta Dilma Rousseff e desvelava os interesses que na época os golpistas ainda escondiam, de entregar a Petrobrás e o Pré-Sal.


Ricardo Zarattini foi um dos 15 presos políticos que em 1969 foram trocados pela libertação do embaixador norte-americano Charles Elbrick. Zarattini tinha 82 anos e estava internado há dez dias no Hospital Sírio-Libanês, informou a Folha de S.Paulo. Ele sofria de câncer na medula óssea.

O corpo de Zarattini será velado até às 15 horas desta segunda-feira (16/10), no Cemitério São Paulo, no bairro de Pinheiros, na capital paulista.

Filho do ex-militante progressista, o deputado Carlos Zarattini escreveu um texto de homenagem ao pai em sua página no Facebook em que relata que ele “entendia profundamente a gravidade do momento do alto da experiência de quase 70 anos de militância pela soberania nacional, participou ativamente como dirigente estudantil da Campanha 'O Petróleo é Nosso', militou por um país mais justo e pela democracia. Preso pela ditadura militar foi banido e viveu em Cuba. De volta ao Brasil, se envolveu na luta pela reconquista da democracia e pela anistia. Foi dirigente do Partido Comunista Brasileiro e do MR-8, na década de 80 filia-se ao PT”.

“Zarattini foi deputado federal durante o primeiro governo Lula. Deixa os filhos, Carlos Alberto Zarattini, deputado federal pelo PT, e Mônica Zarattini, fotógrafa, além de três netas e uma legião enorme de companheiros e companheiras que compartilharam de seus ensinamentos, de sua experiência e de sua eterna juventude para com energia lutar por um Brasil soberano e justo para a maioria do seu povo", declarou o vereador de São Paulo Antonio Donato.