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Rio de Janeiro já tem cerca de 200 Comitês de Luta  em Defesa da Classe Trabalhadora

Em 25 de junho, Dia L de Luta, os comitês do Rio dão início a atividades simultâneas ocupando ruas, praças, feiras, mercados e outros espaços em diferentes bairros e municípios para dialogar com a população

Publicado: 14 Junho, 2022 - 13h00 | Última modificação: 14 Junho, 2022 - 13h05

Escrito por: Tatiane Cardoso e Rosangela Fernandes, da CUT-Rio | Editado por: Marize Muniz

CUT-Rio
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Representantes dos Comitês de Luta em Defesa da Classe Trabalhadora, pela Vida e Democracia de todo o estado do Rio de Janeiro se reuniram na noite de segunda-feira (13), na sede da Associação Brasileira de Imprensa (ABI), para falar sobre a importância da mobilização popular para transformar o Brasil.

A mobilização vem  crescendo a cada dia com formação de comitês em sindicatos, grupos comunitários, partidos e o Rio já criou 200 comitês populares no estado.

No evento na ABI, o tom era de revolta pela atual situação do país - fome, desemprego, inflação disparando, violência no campo e nas terras indígenas -,mas também de muita esperança.

O coordenador nacional do Movimento dos Trabalhadores sem Terra (MST), João Pedro Stedile, reforçou a importância da mobilização e apontou o caminho: o diálogo, justamnte a proposta dos comitês de luta, criados pela CUT Nacional. "É preciso ouvir o povo. Perguntar: o que você acha que o Lula tem que fazer em janeiro? E isso tem que ser logo. Começar a mudar o país em janeiro, não pode ser para abril", enfatizou.

A vice-presidenta da CUT-Rio, Duda Quiroga, considera que a fala do líder do MST foi fundamental para orientar a luta. “A análise de conjuntura de Stedile nos trouxe uma perspectiva histórica desde o amplo arco de alianças da campanha da legalidade até os desafios atuais de dialogar, através da cultura, para ampliar nosso alcance. Foi muito importante ouvi-lo ressaltando a importância da cultura e relembrando que não saberíamos dizer um trecho de nenhum discurso do grande ato das diretas na Central, mas todos sabemos cantar a música do Geraldo Vandré”, ressaltou.

A importância da atuação política de artistas foi ressaltada por Stedile. “O povo se move pelo coração. Temos que arrumar um jeito de abrir essa porta do coração. E os artistas têm essa chave”, afirmou.

O Dia L de Luta, 25 de junho, sábado, será um marco no início das atividades simultâneas realizadas no Rio. Os comitês ocuparão as ruas, praças, feiras, mercados e outros espaços em diferentes bairros e municípios para dialogar com a população sobre a inflação, a fome, o desemprego, a crise causada pelo governo Bolsonaro.  Materiais foram produzidos para mostrar a alta do custo de vida e orientar a população a buscar informações confiáveis, não compartilhar notícias falsas ou discursos de ódio que só buscam criar cortina de fumaça sobre a real situação atual do país e seus responsáveis.

As entidades sindicais do Rio de Janeiro já se mobilizam para organizar seus próprios comitês. Na semana passada, o Sindicato dos Bancários Rio e a Federação Única dos Petroleiros fizeram atos de lançamento e vão aderir ao Dia L de Luta.

A secretária de finanças da CUT-Rio, Keila Machado, que esteve no evento da ABI ao lado de outros companheiros e companheiras da Central Sindical, reforçou a importância de contribuir para ampliar a consciência da população. 

“Todos estão sentindo na pele a crise atual. Hoje, 77% dos brasileiros estão endividados. Basta andar pelas ruas para ver a crise na população hoje sem ter o que comer. Ou ir ao mercado para perceber a carestia. Nosso foco é conversar com a população. O Brasil não pode suportar mais tempo no fundo do poço. A consciência sobre isso é o caminho da mudança”, afirma.

Duda Quiroga considera que a reunião criou um ambiente positivo para os próximos passos:

“O evento nos energizou. Agora seguimos com agendas importantes como nosso café da manhã, no dia 21/06, com os pré-candidatos e pré-candidatas sindicalistas, os atos do dia L de Luta, no dia 25, e toda a campanha pela frente. Brasil urgente! Lula presidente!”, afirmou.

O evento foi marcado também pela revolta com o desaparecimento do indigenista brasileiro Bruno Pereira e do jornalista inglês Dom Philips. Mais um marco do ataque aos direitos humanos no país. Com emoção, foi realizada uma homenagem concluída com o grito do MST "A cada companheiro tombado, nem um momento de silêncio, mas toda uma vida de luta".