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RJ e SP estudam liberar uso de máscara; Duque de Caxias já liberou

Especialistas apontam que medida pode ser viável em algumas situações como ao ar livre. Em lugares com aglomerações ainda é preciso se prevenir. A pandemia não está sob controle e patamar de mortes ainda é alto

Publicado: 06 Outubro, 2021 - 12h43

Escrito por: Walber Pinto

Marcelo Camargo/Agência Brasil
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Apesar do patamar de mortes em consequência da Covid-19 ainda estar alto e especialistas recomendarem cautela na flexibilização de medidas preventivas, o prefeito do município de Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, Washington Reis  (MDB), desobrigou o uso de máscaras, em locais abertos ou fechados, nesta terça-feira (5).

Em São Paulo e no Rio de Janeiro os governos  estudam desobrigar o uso de máscaras em alguns ambientes, mas os especialistas alertam que é preciso evitar o “liberou geral” porque a chamada vacinação de rebanho, que é quando 70% da população está vacinada, ainda não foi atingida no Brasil. Em Duque de Caxias, por exemplo, apenas 46,8% da população totalmente imunizada. No Brasil, 94 milhões de pessoas estão totalmente imunizadas, o que corresponde a 44,20% da população.

Segundo os especialistas, os EUA também se antreciparam e chegaram a liberar o uso de máscaras, mas depois precisaram novamente adotar o uso obrigatório por causa da variante delta.

Até os que já estavam vacinados voltaram a usar máscaras em ambientes fechados nas regiões com alta transmissão de Covid. À época, por trás da decisão estava o avanço da variante delta, que fez saltar o número de novos casos diários de 13 mil no país inteiro para mais de 57 mil em poucas semanas.

Alerta dos especialistas

Os especialistas que acompanham a pandemia desde as primeiras mortes apontam que a medida pode ser viável em algumas situações ao ar livre, mas defendem que lugares com aglomerações ainda exigem prevenção, a pandemia não está sob controle e o patamar de mortes ainda é inaceitável.

O Brasil deve atingir nos próximos dias 600 mil vidas perdidas desde o começo da pandemia. O país é o segundo com maior número de mortes pela Covid-19 no mundo, atrás apenas dos Estados Unidos que atingiram essa semana 700 mil vítimas.

Apesar desses números, o presidente negacionista Jair Bolsonaro (ex-PSL) defende o não uso de máscaras  desde o começo da pandemia, em março de 2020. Proteção que, aliás, ele raramente usa por poucos minutos e tira.

No Rio de Janeiro, o prefeito Eduardo Paes (PSD) disse nesta segunda (4) que a liberação do uso da máscara já pode começar em 15 de outubro.

Já em São Paulo, o governo ainda não definiu a data da flexibilização, mas a nova regra já pode começar a valer na segunda metade deste mês.

O prefeito do Rio estabelece o mínimo de 65% da população com esquema vacinal completo para o fim da obrigatoriedade do uso de máscaras. Segundo dados da Prefeitura, 72% dos adultos já estão com o esquema vacinal completo.

O documento divulgado por Paes também aponta para uma maior flexibilização em novembro, exigindo máscaras apenas em ambiente hospitalar e no transporte público, caso 75% da população esteja com esquema vacinal completo. A ideia também é permitir a livre circulação das pessoas, sem distanciamento ou limite de lotação.

A cidade de São Paulo deve esperar a vacinação em duas doses ou dose única da população adulta chegue próximo aos 90%. Segundo boletim da prefeitura, até esta segunda (4), esse índice estava em 81,75%. Entre os adolescentes, 97,5% já haviam completado o primeiro ciclo da vacinação.

O dizem outros órgãos

A orientação do Centros de Controle e Prevenção de Doenças dos EUA para uso de máscaras, divulgadas em 13 de agosto, é para manutenção em locais fechados e a recomendação é para que elas também sejam usadas em ambientes externos em áreas com altos índices de transmissão e com reunião de grande número de pessoas.

No Brasil, a recomendação para o uso ainda está em vigor, apesar de o ministro Marcelo Queiroga dizer que é contrário à obrigatoriedade do uso de máscaras. Desde junho Queiroga recebeu o pedido de Bolsonaro para desobrigar o uso de máscara por vacinados.

Com informações do G1**