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RN: Candidato ao Senado, Rogério Marinho não decola apesar da máquina federal

Ex-ministro de Bolsonaro, que já perdeu uma eleição após campanha da CUT contra políticos que votaram contra os trabalhadores, amarga empate tríplice na corrida por uma vaga no Senado pelo Rio Grande do Norte

Publicado: 25 Maio, 2022 - 15h53 | Última modificação: 25 Maio, 2022 - 16h10

Escrito por: Concita Alves, CUT-RN | Editado por: Marize Muniz

Reprodução
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Candidato ao Senado pelo Rio Grande do Norte, Rogério Marinho (PL) não decola, apesar da máquina federal ter bancado uma enorme exposição do candidato durante meses, e pode amargar mais uma derrota como a que sofreu, em 2018, quando se candidatou a deputado federal e perdeu por não acreditar na força da classe trabalhadora.

Pesquisa realizada pelo Instituto Item, divulgada nesta terça-feira (24), revelou tríplice empate técnico na disputa pela única vaga a que o Rio Grande do Norte tem direito no Senado. Estão embolados Rogério Marinho, ex-ministro do Desenvolvimento Regional do governo Bolsonaro, o ex-prefeito de Natal Carlos Eduardo Alves (PDT) e o deputado federal Rafael Motta (PSB).

A pesquisa chama a atenção para a diferença de apenas 1,3 % entre o primeiro colocado (Marinho) e o terceiro (Mota), que anunciou seu nome na disputa recentemente, além do alto número de eleitores que se declararam indecisos ou disseram que vão votar branco ou anular o voto.

Confira os números:

Rogério Marinho (PL) 14,7%

Carlos Eduardo Alves (PDT): 13,4%

Rafael Mota (PSB): 13,4%

Ney Lopes (PMB): 2,2%

Robério Paulino(PSOL): 1,1%

Indecisos, brancos e nulos: 55,2%

“No território político devemos sempre está ao lado de quem é aliado político da classe trabalhadora. O empate técnico na disputa ao senado no RN, entre velhos conhecidos e Rafael Motta, mostra que o povo potiguar está querendo mudanças no Senado. Rafael Motta tem sido aliado desde as votações das reformas da Previdência e Trabalhista”, alerta  Eliane Bandeira, professora e presidenta da CUT-RN.

Em 2018, Rogério Marinho foi um dos alvos da campanha da CUT ‘‘quem votar, não volta”, que expôs os parlamentares que votaram a favor da reforma Trabalhista, que acabou com 100 direitos garantidos na Consolidação das Leis do Trabalho (CLT). Perdeu a eleição.

No governo de Jair Bolsonaro (PL), Marinho continuou as maldades contra os trabalhadores e ajudou a aprovar a reforma da Previdência que acabou com o sonho de aposentadoria de milhões de trabalhadores e trabalhadoras.

Mais recentemente, Rogério Marinho vem sendo citado em denúncias de corrupção como o #BolsolãoDoAsfalto, #BolsoãoDoLixo, e de liberar dinheiro para consultoria de militares que propôe acabar com a gratuidade do Sistema Único de Saúde (SUS).

Todas as denúncias envolvem a Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf), estatal subordinada ao ministério que Marinho comandou no governo Bolsonaro.

A Codevasf é presidida por Marcelo Moreira Pinto. Ele foi indicado para o cargo pelo presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL) e pelo ministro-chefe da Casa Civil do governo Bolsonaro, Ciro Nogueira (PP-PI), líderes do Centrão.

Marinho x Mota

A história de Rogério Marinho é bem diferente da de Rafael Motta, citado pela presidenta da CUT-RN. Motta é o deputado federal e teve o nome anunciado recentemente na disputa e, mesmo assim, já surge como uma alternativa do campo progressista para o eleitorado potiguar. O histórico político do presidente estadual do PSB ajuda, como disse Eliane Bandeira, e ele já está dialogando com as agendas dos movimentos sociais e partidos de esquerda.

Chapa PT - PSB

Já o pedetista, Carlos Eduardo Alves, que apoiou a candidatura de Bolsonaro, fez inúmeros ataques ao ex-presidente Lula (PT) e é opositor ferrenho da gestão petista no Estado, desde fevereiro tenta aliar seu nome ao de Fátima Bezerra, candidata à reeleição para o governo do Estado.

O presidente estadual do PT, Júnior Souto, diz que não há espaço para discussão sobre quem é o candidato apoiado pelo partido. “É reconhecida a importância da parceria com o PSB e com o deputado federal Rafael Mota,  porém na chapa majoritária de Fátima Bezerra (governadora), Walter Alves (vice-governador) e Carlos Eduardo Alves (senador da República), não existe espaços para novas discussões”.

O PSB é aliado da chapa do ex-presidente Lula à presidência da República.

Mas, questionados, os eleitores mostraram que, nas urnas, a história pode ser outra. A pesquisa perguntou ao eleitor potiguar quem a governadora Fátima Bezerra deveria apoiar para o Senado. A maioria respondeu Rafael Motta (29,4%). Optaram por Carlos Eduardo (22,5%) e 6,1% respondeu “nenhum dos dois”. Não souberam ou não quiseram  responder, 42,0%.

Rejeição a Marinho

Rogério Marinho, recentemente agraciado por uma decisão do ministro Dias Toffoli, do Supremo Tribunal Federal (STF), que suspendeu ação penal na Justiça do Rio Grande do Norte, também amarga uma rejeição de quase 17%, segundo a pesquisa, que está registrada na Justiça Eleitoral sob o protocolo 09111/2022.

Rejeição dos eleitores aos nomes apresentados:

Rogério Marinho:16,8%

Carlos Eduardo: 14%

Rafael Mota: 7,5%

Robério Paulino: 6,5%

Ney Lopes: 3,4%

Indecisos, brancos e nulos: 51,8%

A pesquisa foi realizada entre os dias 12 e 15 de maio, com 1.600 eleitores maiores de 16 anos, residentes em domicílios de 42 municípios de 12 micro regiões do Estado do Rio Grande do Norte. O  nível de confiança estimado é de 95% e a margem de erro estimada, considerando o modelo adotado, é de 2,5 pontos percentuais para mais ou para menos sobre os resultados.