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RN: Trabalhadores da Indústria Pocelanatti protestam contra calote da empresa

Lutando há quase 8 anos para receber na Justiça seus direitos, ex-funcionários da indústria fecharam BR -304, em Mossoró, na manhã desta segunda-feira (20)

Publicado: 20 Março, 2023 - 12h14 | Última modificação: 20 Março, 2023 - 12h33

Escrito por: Concita Alves, CUT-RN | Editado por: Marize Muniz

Reprodução
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Há quase 8 anos lutando para receber na Justiça os direitos trabalhistas, um grupo de ex-funcionários da Itagrês, Indústria de Cerâmica Porcelanatti, instalada no Distrito Industrial de Mossoró (RN), realizaram na manhã desta segunda-feira(20), protesto na BR-304, sentido Mossoró/Fortaleza. O objetivo foi chamar a atenção das autoridades contra possível calote da empresa que tenta sair da cidade sem pagar trabalhistas.

Ao descobrir que a empresa teria vendido duas máquinas, em processo sigiloso de revoada da cidade, os trabalhadores se mobilizaram na noite deste domingo (19) para reivindicar os direitos garantidos pela legislação trabalhista.

"Fomos demitidos pela empresa em 2014 e há mais de 8 anos estamos em luta pra receber a rescisão e nossos direitos”, explicou José Ronaldo, representante dos trabalhadores da Cerâmica Porcelanatti, que acrescentou: "Este, o terceiro protesto que a gente faz, é para chamar a atenção das autoridades do Executivo, Legislastivo, Judiciário, quem puder nos ajudar porque estão tirando material de dentro da fábrica. Material que era garantia do nosso pagamento".

Segundo ele, a empresa informou que só pagaria após recuperação judicial. Em 2017, a recuperação judicial não foi autorizada pelo Banco Nordeste. 

"Há 8 anos a gente saiu dessa empresa e a rescisão nunca foi paga. Eles dizem que a empresa está em recuperação judicial, não é verdade, eles estão abtalhando para ter uma recuperação judicial na Justiça", disse José Ronaldo.

Segundo ele, a indústria não tem condição de pagar a recuperação judicial porque presaria, no mínimo, hoje, de mais de R$ 500 milhões. "Eles receberam do Banco do Brasil no ano passado, R$ 5 milhões. O juiz determinou que pagassem os trabalhadores, mas eles conseguiram adiar o pagamento para depois da recuperação judicial porque não dava para pagar a todos". 

O receio dos ex-trabalhadores da indústria é o de que a empresa vá embora do estado sem pagar o que deve aos trabalhadores, principalmente as verbas trabalhistas indenizatórias. O protesto provocou lentidão e engarrafamento na BR 304 e a Polícia Rodoviária Federal (PRF) esteve no local, mas não houve nenhuma ação contra os trabalhadores.

Os problemas da Itagrés se arrastam desde 2013

Em 2013, a fábrica parou as atividades por três meses e voltou a funcionar com aumento de produção e meta de contratação de mais 68 trabalhadores.

Na época, a paralisação da produção ocorreu por atraso na liberação de equipamentos vindos da Itália. A fábrica tinha então mais de 300 funcionários e previa contratar mais 100. Mas voltou a ter problemas em 2014 e demitiu trabalhadores.