Rodoviários de Maringá cobram aumento de salário e PLR
Sindicalistas denunciam condição de trabalho precária e também cita problemas nos pneus dos ônibus e em assentos desconfortáveis para o condutor
Publicado: 04 Julho, 2019 - 12h54 | Última modificação: 04 Julho, 2019 - 13h10
Escrito por: Renato Ilha/ Sinttromar
MARINGÁ/PR - O primeiro dia de junho marca a data-base dos trabalhadores em empresas de transporte coletivo de Maringá e região. Na data, o Sindicato dos Rodoviários (Sinttromar) organizou duas assembleias na Praça Raposo Tavares, no Centro da cidade, junto ao terminal em que está concentrada grande parte das linhas de ônibus.
Mesmo sem contar com uma proposta formal das empresas, a direção do Sinttromar buscou a classe para definir o índice 5,07% como ponto de partida para o reajustamento dos salários e da Participação nos Lucros e Resultados (PLR). Os Rodoviários maringaenses ainda reivindicam a elevação do valor do tíquete-refeição em índice superior à inflação do período entre julho de 2018 e junho de 2019.
Ronaldo José da Silva, presidente do Sinttromar, advertiu os trabalhadores concentrados na praça de que a postura dos empresários indica que a evolução nas negociações dependerá da disposição de luta da classe. O sindicalista contestou a alegação das empresas de não ter condições de reajustar os salários em níveis aceitáveis.
O dirigente sindical vai até Curitiba levar as reivindicações da categoria com representantes das empresas (TCCC e Cidade Verde), com o respaldo das duas assembléias realizadas na abertura da campanha salarial.
COMPROMETIMENTO E DISPOSIÇÃO
Emerson da Silva, secretário-geral do sindicato, cobrou o comprometimento dos trabalhadores com a campanha salarial, dando suporte aos sindicalistas na mesa de negociação. O secretário do Sinttromar acusou os empresários de forçar o aumento das tarifas por duas vezes: em julho de 2018, quando subiu de R$ 3,60 para R$ 3,90 (8,9%), e agora, em junho, mais 10,26%, que empurraram a passagem para R$ 4,30.
Em março do ano passado, depois do aumento de 8,9%, os donos de empresa foram à Justiça cobrar nova elevação e uma indenização de R$ 35,2 milhões da prefeitura, como forma de “compensar o desequilíbrio desde o início da execução do contrato e para superar a defasagem dos preços”. Naquele momento, o reajuste médio pretendido era de R$ 4,76.
No entanto, o índice dos aumentos desagradou os empresários, que reivindicavam a aplicação de 30% sobre o valor da tarifa, que subiria para R$ 5,10. O questionamento foi levado até a Justiça, que negou a pretensão das empresas.
CONDIÇÃO DE TRABALHO PRECÁRIA
Os sindicalistas aproveitaram a ocasião para vistoriar as condições dos assentos dos motoristas e dos pneus dos ônibus. Na maioria dos carros, o assento estava frouxo, provocando desconforto para o condutor.
A vistoria aconteceu nos pontos centrais dos coletivos e a conversa com os trabalhadores foi testemunhada pela população, que paga uma passagem cara que deveria justificar frotas em boas condições de servir ao usuário.
A Transporte Coletivo Cidade Canção (TCCC), atua no transporte urbano, opera com quase 300 veículos, enquanto a Cidade Verde opera 112 veículos no transporte metropolitano.