Escrito por: Redação CUT
De acordo com matéria publicada pela Revista Fórum, Rodrigo Pilha, ativista político, teria sido agredido por policiais penais com chutes, pontapés e murros ao chegar à prisão e sentado no chão
A Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara dos Deputados (CDHM) vai apurar a denúncia de que o ativista Rodrigo Pilha, preso desde 18 de março por estender uma faixa chamando Jair Bolsonaro (ex-PSL) de genocida, foi espancado e torturado na prisão e tem dormido no chão desde que foi injustamente privado de sua liberdade.
De acordo com o jornalista Renato Rovai, editor da Revista Fórum, tudo começou quando Rodrigo chegou ao Centro de Detenção Provisória II de Brasília. Ele estava sentado no chão, quando policiais penais o teriam agredido com chutes, pontapés e murros. De acordo com a matéria, a família e advogados de Pilha teriam a identificação dos policiais penais.
Segundo ainda a reportagem, enquanto esteve na Polícia Federal prestando depoimento, Pilha foi tratado de forma respeitosa, mas ao chegar no Centro de Detenção Provisória II, área conhecida como Covidão, em Brasília, alguns agentes já o esperavam perguntando quem era o petista e incitando outros presos a bater no rapaz, o que não aconteceu. Pelo contrário, os presos até o ajudaram doando cuecas e bermudas, já que Pilha não pode receber visita da família.
Assim que tomou conhecimento da denúncia, a presidência da Minorias da Câmara dos Deputados (CDHM) solicitou, nesta sexta-feira (30), que o Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) instaure imediatamente apuração da denúncia de agressões contra Rodrigo Grassi Cadermatori, conhecido como Rodrigo Pilha.
Conforme consta no trecho do documento assinado pelos deputados Carlos Veras (PT/PE), presidente da CDHM, e Érika Kokay (PT/DF), 2ª vice-presidente, é competência da CDHM fiscalizar e acompanhar programas governamentais relativos à proteção dos direitos humanos.
“E a fim de assegurar o respeito à integridade física e moral do preso e a efetividade das garantias constitucionais vinculadas à execução penal, como a proibição da tortura e do tratamento desumano, a presidência da Comissão de Direitos Humanos solicitou a imediata apuração da denúncia, “com as consequentes responsabilizações administrativas, cíveis e criminais, prestando as informações pertinentes para que esta Presidência siga acompanhado o assunto”.
Para Roni Barbosa, secretário nacional de Comunicação da CUT, Pilha é um preso político e sua prisão se agravou mais ainda pela tortura que vem sofrendo dentro da cela.
É totalmente execrável o que está acontecendo. É inadmissível que, no Estado Democrático de Direito, alguém que está nas mãos do Estado, esteja sofrendo tudo que esse companheiro está sofrendo. Vamos exigir reparação e liberdade imediata para Pilha. Os culpados pelas torturas devem pagar o que estão fazendo- Roni BarbosaEnquanto Pilha estava praticamente desmaiado, o agente que o agredia perguntava se ele com 43 anos não tinha vergonha de ser um vagabundo petista, de acordo com a reportagem da Fórum, que segue relatando que o tal policial dizia que Bolsonaro tinha vindo para que gente como ele tomasse vergonha na cara.
Pilha foi recebido pelos outros presidiários com solidariedade e respeito. Mas durante à noite esses mesmos agentes voltaram para fazer uma blitz na cela e deixaram todos pelados e os agrediram com chutes e pontapés. Com Pilha, foram mais cruéis. Esparramaram um saco de sabão em pó na sua cabeça, jogaram água e depois o sufocaram com um balde. Todos foram avisados que estavam sendo agredidos por culpa de Pilha. Do petista que não era bem-vindo na cadeia.
Atualmente, Pilha está trabalhando por 6 horas todos os dias e com isso consegue ficar fora do presídio das 14h30 às 20h30. Mas tem que voltar para a cela todas as noites, onde convive com outros colegas, com baratas e escorpiões, por exemplo. Seus advogados estão tentando conseguir progressão de pena com base em leituras e cursos, mas têm tido dificuldade.
Sem essa progressão, Pilha permanecerá como preso político até o dia 4 de julho e sua vida continuará em risco até esta data.
Com informações da Revista Fórum