Escrito por: CUT - RS
CUT-RS e o Sindisaúde-RS promoveram um ato simbólico, em frente ao Hospital Universitário da Ulbra, em Canoas, na Grande Porto Alegre
Apesar do frio do inverno, a luta pela testagem para covid-19 de todos os trabalhadores e as trabalhadoras da saúde não para no Rio Grande do Sul. No início da manhã desta sexta-feira (14), a CUT-RS e o Sindisaúde-RS promoveram um ato simbólico, em frente ao Hospital Universitário da Ulbra, em Canoas, na Grande Porto Alegre.
Os dirigentes sindicais, usando máscaras e respeitando o distanciamento social recomendado pela Organização Mundial da Saúde (OMS), abriram faixas, chamaram a atenção dos gestores da instituição e receberam o apoio dos funcionários e das funcionárias que estavam saindo e entrando no trabalho.
Foi mais uma manifestação de protesto, a exemplo de outras realizadas desde o início da campanha pela testagem diante do Hospital São Lucas, da PUCRS, do Hospital das Clínicas e da Santa Casa de Misericórdia, na capital gaúcha, no Hospital São Camilo, em Esteio, e no Hospital Dom João Becker, em Gravataí.
As entidades sindicais também estão participando de audiências virtuais de mediação do Tribunal Regional de Trabalho da 4ª Região (TRT-4), após a ação judicial movida pela CUT-RS e Feessers contra as federações patronais, cobrando a testagem dos profissionais de saúde.
A mobilização aconteceu ainda na semana em que foram espalhados dezenas de outdoors pela CUT-RS, sindicatos e Federação dos Empregados em Estabelecimentos de Saúde (Feessers) em ruas, avenidas e rodovias em Porto Alegre, Caxias do Sul, São Leopoldo, Novo Hamburgo, Pelotas e Passo Fundo, cobrando testes e Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) para todos os profissionais de saúde.
Quem cuida da vida não pode morrer
”É impressionante a boa receptividade dos profissionais da saúde para a nossa campanha. No Grupo Hospital Conceição (GHC) e no Hospital das Clínicas, em Porto Alegre, por exemplo, são quase mil trabalhadores infectados pelo coronavírus”, denunciou o presidente da CUT-RS, Amarildo Cenci.
Ele criticou os gestores dos hospitais que “estão relativizando e minimizando” essa situação dramática na rede de atendimento. “É preciso fazer a testagem não só para proteger os trabalhadores da saúde, mas também para que eles não sejam vetores de contaminação da população”.
“Não vamos sair das ruas enquanto essa situação não for resolvida”, avisou o dirigente da CUT-RS.
O secretário de Organização e Política Sindical da CUT-RS, Claudir Nespolo, destacou que o descaso com a proteção da saúde dos trabalhadores é fruto da política antitrabalhador de Bolsonaro e do ministro da Economia, o banqueiro Paulo Guedes. “Eles não sossegam enquanto implantarem o regime de capitalização na Previdência, a carteira verde e amarela sem direitos, o salário por hora trabalhada e a venda do patrimônio público”.
“A saída é a resistência, como estamos fazendo aqui, cobrando testagem para quem está na linha de frente da defesa da vida da população e rerforçando a luta pelo Fora Bolsonaro”, apontou Nespolo.
Mais uma trabalhadora da saúde perdeu a vida no RS
O secretário de Saúde do Trabalhador da CUT-RS, Alfredo Gonçalves, lembrou que mais uma trabalhadora da saúde perdeu a vida nesta semana, vítima da covid-19, no Rio Grande do Sul. “Sem testagem, não tem como saber se a pessoa está contaminada ou não”, destacou.
Para o diretor executivo da CUT-RS, Marcelo Carlini, “os trabalhadores da saúde têm o direito de não serem contaminados no local de trabalho”. Segundo ele, não foi à toa que o contágio pela covid-19 já pode ser caracterizado como acidente de trabalho.
O presidente do Sindisaúde-RS, Júlio Jesien, afirmou que os trabalhadores estão realmente preocupados com a contaminação, diante do grande número de colegas infectados no Brasil. “Pedimos a testagem de forma periódica. Não adianta fazer somente uma vez”.
Júlio revelou que em maio foi feita uma testagem dos trabalhadores no Hospital da Ulbra, “mas isso não resolve”. Ele contou também um fato inusitado na instituição. “O hospital se colocou à disposição para vender testes para os seus trabalhadores”, denunciou. “Há também, infelizmente, uma série de outros problemas, como o descumprimento da convenção coletiva”.
Assista à transmissão da CUT-RS aqui.