RS: CUT e demais centrais exigem reposição da inflação no mínimo regional
"Os trabalhadores mais vulneráveis aguardam a sensibilidade do governo do Estado e da Assembleia Legislativa para repor as perdas inflacionárias”, afirmou o presidente da CUT-RS, Amarildo Cenci
Publicado: 06 Dezembro, 2022 - 08h17 | Última modificação: 06 Dezembro, 2022 - 08h27
Escrito por: CUT-RS
A luta dos dirigentes da CUT-RS e das demais centrais sindicais do estado pela recomposição do poder de compra do salário mínimo regional do estado continua firme. Nesta segunda-feira (5), os dirigentes se reuniram com o secretário-chefe da Casa Civil, Artur Lemos, no Palácio Piratini, e exigiram a reposição da inflação no projeto de reajuste enviado pelo governo.
A proposta enviada no dia 17 de novembro, em regime de urgência para a Assembleia Legislativa, pelo governador Ranolfo Vieira Júnior (PSDB), que assumiu após a renúncia do ex-governador, agora reeleito Eduardo Leite (PSDB), prevê um reajuste de apenas 7,7% com vigência a partir de 1º de fevereiro de 2023.
A reivindicação dos sindicalistas é 15,58% de reajuste, que considera a reposição de 10,60% referente à variação do INPC de 2021 até janeiro deste ano e a recuperação de 4,50% correspondente ao INPC de 2019, que não foi pago em 2020, segundo cálculos do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese). A data-base do chamado piso regional é 1º de fevereiro.
1,5 milhão de gaúchos e gaúchas recebem piso regional
“Cerca de 1,5 milhão de gaúchos e gaúchas recebem o chamado piso regional e não podem terminar mais um ano sem a reposição da inflação, que reduziu o poder de compra dos salários”, afirmou o presidente da CUT-RS, Amarildo Cenci. Os preços dos alimentos dispararam nos últimos anos e aumentou o número de pessoas que vivem na pobreza e na extrema pobreza.
“Queremos o reajuste da inflação de forma retroativa a fevereiro deste ano. Os trabalhadores mais vulneráveis aguardam a sensibilidade do governo do Estado e da Assembleia Legislativa para repor as perdas inflacionárias”, destacou.
Segundo Amarildo, “o piso regional é recebido por homens e mulheres que trabalham na saúde, na limpeza, são empregadas domésticas e funcionários de escolas, dentre outras funções, que estão na expectativa de que o governo retifique o projeto porque 7,7% de reajuste é insuficiente”.
“Saímos da reunião com o sentimento positivo de que o governo fará um esforço junto aos deputados para que se reveja o índice apresentado, bem como a data de sua incidência”, avaliou o dirigente da CUT-RS.
Nesta terça-feira (6), as centrais se reunirão com lideranças dos partidos na Assembleia, buscando a construção de emendas que garantam a recuperação do poder aquisitivo do piso regional, que é uma política pública que distribui renda, estimula a economia gaúcha e combate as desigualdades.
Piso mais baixo e menor saldo de empregos entre os três estados do Sul
Atualmente as cinco faixas salariais do piso regional variam de R$ 1.305,56 a R$ 1.654,50. Com o reajuste de 7,7%, os valores ficariam de R$ 1.406,09 a R$ 1.781,90. Mesmo assim, o RS continuaria na lanterna, pagando o mais baixo piso regional entre os três estados do Sul do Brasil.
Segundo pesquisa do Dieese, Santa Catarina paga hoje R$ 1.416,00 e o Paraná, R$ 1.617,00. Nos dois estados vizinhos haverá novos reajustes em janeiro de 2023.
Além do achatamento do piso regional, o RS também gerou menos empregos em 2022, ao contrário da ladainha de poderosas federações empresariais de que o piso regional gera desemprego.
Conforme dados do Dieese, até outubro o Paraná apresentou saldo de 147.955 postos de trabalho; Santa Catarina, 124.642 postos; e o Rio Grande do Sul, 116.568 postos.
Além de representantes da CUT, estiveram presentes dirigentes da CTB, Força Sindical, Intersindical e UGT.