Escrito por: André Accarini, Rosely Rocha e Walber Pinto

Ruas do país são ocupadas por brasileiros em defesa do resultado das urnas

Em várias cidades do país, manifestantes foram às ruas para exigir respeito à democracia, às urnas eletrônicas e rechaçar as ameaças golpistas de Bolsonaro

Roberto Parizotti

No dia em que o Brasil testemunha uma das mais importantes ações da história em defesa da democracia – a leitura da Carta às Brasileiras e Brasileiros em Defesa do Estado de Direito – a classe trabalhadora representada pela CUT, centrais sindicais, movimentos sociais, partidos políticos, além da classe estudantil, foi às ruas em diversas cidades do país para reforçar o coro contra as ameaças de ruptura institucional praticadas pelo presidente Jair Bolsonaro (PL).

Em seus inflamados e violentos discursos, Bolsonaro incita seus apoiadores a provocar uma revolta caso ele não seja eleito em outubro. Os atos deste 11 de agosto foram uma resposta clara ao presidente – a de que a democracia é inegociável e qualquer ato autoritário será rechaçado. A sociedade não aceita golpe e exige eleições livres, sem ataques ao sistema eleitoral brasileiro, absolutamente confiável para mais de 70% da população.

Nas várias cidades, placas estampavam “Bolsonaro sai, democracia fica” indicando ao presidente que o resultado das urnas eletrônicas deve acima de tudo ser respeitado.

Ninguém acima do povo, democracia acima de tudo

Na capital paulista, a CUT, centrais sindicais e os movimentos populares levaram cerca de 10 mil manifestantes em frente ao Masp, na Avenida Paulista. Representando a Central, Telma Victor, presidenta da CUT-SP, reforçou que a data é história e exaltou a classe estudantil engajada na luta pela democracia.

“Estamos hoje com atos em vários lugares do Brasil para combatermos o novo golpe que querem nos impor. É inadmissível a conjuntura que vivemos - 33 milhões passando fome, a carestia que assola o país, pessoas morando nas ruas. Sabemos de quem essa responsabilidade. É de todas as reformas implementadas nesse país”, disse a dirigente ao fazer um ‘diagnóstico’ da atualidade brasileira.

Em entrevista ao PortalCUT, Telma reforçou que os atos representam a resistência do povo brasileiro ao retrocesso econômico e social vivido nos últimos anos e o anseio por democracia, sem ameaças às eleições.

Ex-diretor do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), o professor Ricardo Galvão, contou da sua luta pela democracia enquanto esteve no cargo. “Quando fui defender a ciência contra esse governo desastroso, não hesitei em colocar meu cargo em risco. Mostrei claramente quem era esse presidente que veio para destruir a ciência, educação e o meio ambiente. Sem democracia, ciência e educação de qualidade, livre, democrática para o povo não haverá desenvolvimento sustentável e justo no país”, disse.

A presidenta da União Nacional dos Estudantes (UNE), Bruna Brelaz, destacou no ato da Paulista que os presentes no local são aqueles e aquelas que amam o Brasil. Ela lembrou que a UNE faz 80 anos e que são 80 anos de luta contra o fascismo e a ditadura militar e em defesa da democratização.

“Hoje essa geração de estudantes do Brasil se encontra nas ruas do país para dizer que com o estado democrático de direito não se mexe; não se mexe para com o nosso direito de estudar. Defender a democracia significa garantir que uma mãe brasileira tem o direito de garantir as três refeições diárias do seu filho, e enquanto a gente não tiver emprego, o nosso diploma na mão e a fome assolar mais de 33 milhões de brasileiros e brasileiras, a democracia estará sendo atacada”, afirmou.

Telma Victor/foto: Roberto Parizotti

 

Emily Firmino/FBP

No Distrito Federal, o ato para a leitura da Carta às Brasileiras e Brasileiros em Defesa do Estado Democrático de Direito ocorreu nas dependências da Universidade de Brasília (UnB) com ampla participação de movimentos estudantis.

Camilo Decolonial/Difusão Frentes 

Alagoas -  Em Maceió, além das centrais sindicais movimentos estudantis participaram dos atos em defesa da democracia e contra a violência política.

Facebook/CUT-AL

 

Bahia – Em Salvador, mais de cinco mil manifestantes participaram do ato que começou às 9h no Campo Grande e seguiu em passeata até a Praça Castro Alves.

CUT-BA

Ceará – Em Fortaleza, o ato foi realizado na Praça da Bandeira e reuniu centrans de defensores da democracia.

Thainá Duete

: Thainá Duete

Goiás - Em Goiânia, um dos atos foi realziado na Praça Universitária.

Gabriella Braga

Mato Grosso do Sul – A leitura da Carta aconteceu no auditório do Sindicato Campo-grandense dos Profissionais da Educação Pública (ACP).

Maranhão – Em São Luiz, o ato foi realizado na Praça Deodoro.

Joanilde Pires

Minas Gerais – Em Belo Horizonte, centenas de pessoas foram à Praça Afonso Arinos defender a democracia e dizer não ao golpismo de Bolsonaro.

Rogério Hilario

Pernambuco Na capital Recife , a concentração começou às 15h, em frente ao ginásio na Rua Aurora. Segundo os organizadores compareceram ao ato cerca de 6 mil pessoas.

Chico Carlos

Chico Carlos

Piauí – Em Teresina, manifestantes se reuniram logo cedo, às 8h30, na Praça Rio Branco.

Socorro Silva

Socorro Silva  

Rio de Janeiro - na capital fluminense, mesmo com chuva a multidão foi as ruas para caminhas da Candelária à Cinelândia, em defesa do Estado Democrático de Direito

Rio Grande do Sul –  Em Porto Alegre, uma multidão acompanhou a leitura da Carta às Brasileiras e Brasileiros em Defesa do Estado Democrático de Direito, por um telão instalado em frente à Faculdade de Direito da UFRGS. Centenas de estudantes, trabalhadores e trabalhadoras realizaram também uma marcha nas ruas da capital gaúcha, desde o Colégio Estadual Júlio de Castilhos, passando no Palácio Piratini e indo até a UFRGS, fortalecendo a luta em defesa da democracia, da educação e pelo reajuste do salário mínimo regional.

Carolina Lima - CUT-RS

 Assista à fala do secretário de Organização e Política Sindical da CUT-RS, Claudir Nespolo.

Ademir Wierdecker 

Santa Catarina – Em Florianópolis, dois atos foram realizados. O primeiro, para a leitura da carta, ocorreu no auditório da reitoria da UFSC. O ato de rua, organizado pelo movimento estudantil com apoio da CUT, outras centrais sindicais e movimentos sociais, levou uma multidão ao Largo da Alfândega, em defesa da educação pública e da democracia.

Priscila Baade

Priscila Baade

São Paulo – Em Campinas e Santos, atos também foram realizados. A praça dos Andradas, no centro histórico de Santos e no Largo do Rosário, em Campinas, manifestantes se reuniram para protestar em defesa da democracia.

CUT-SP

CUT-SP