Rurais protestam em Brasília e ministro vai dialogar
Após cinco reuniões desmarcadas, movimento pressionou e fez Bruno Araújo dialogar
Publicado: 21 Fevereiro, 2017 - 18h51
Escrito por: Contraf Brasil - Patrícia Costa
‘Só com o povo nas ruas é que temos chances de estabelecer um diálogo com esse atual Governo’. As palavras das lideranças dos movimentos sociais e entidades do campo e cidade resumem o principal motivo do ato político realizado em frente ao Ministério das Cidades.
Nesta terça-feira (21), cerca de mil manifestantes de organizações do campo, das florestas, das águas e urbanos acamparam em frente ao Ministério das Cidades para reivindicar moradia digna e garantir que o programa Minha Casa Minha Vida seja mantido dentro dos padrões da habitação de interesse social e popular.
Somente com o povo na rua, o ministro das Cidades, Bruno Araújo, resolveu atender os movimentos. Amanhã é a 6ª tentativa de diálogo das entidades com o ministro, que mandou recado por seu chefe de gabinete, Adriano de Aquino, garantindo a presença do gestor na reunião marcada para quarta-feira (22).
As lideranças sindicais seguiram até a agência central da Caixa Econômica Federal onde foram recebidos pelo superintendente Nacional de Habitação Rural e Entidades Urbanas da Caixa, André Marinho, que se comprometeu em manter o diálogo permanente com as organizações nacionais do campo e da cidade e construir uma agenda com a presidência da Caixa.
“Essa ação de hoje foi fundamental, pois percebemos que só com o povo na rua estabeleceremos um espaço de diálogo com ministros e gestores. Precisamos sair daqui com informações de como o Governo Federal vai tratar a habitação, pois o que percebemos é que decisões e normativas estão sendo construídas sem o diálogo com quem faz a moradia de interesse social”, explica Jandir Selzler, direção da Fetraf de Santa Catarina.
A tentativa do governo Federal de Michel Temer em deslegitimar os movimentos sociais organizados provoca o desmonte de vários espaços participativos e democráticos, que foram construídos nos últimos 12 anos e que foram protagonistas na construção das políticas públicas que permitiram o avanço social.
“Nós fazemos a defesa da habitação com o olhar de direito e não com a visão, simplesmente de mercadoria, como é o pacote lançado por Temer recentemente. Nós fazemos habitação de interesse social e popular para atender justamente aqueles que são os mais excluídos do nosso país”, avalia Elvio Motta, coordenador de habitação da Contraf Brasil.