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Rússia ataca Ucrânia com mísseis, mas Putin nega que queira ocupar país vizinho

Crise militar é a mais grave na Europa desde o fim da Segunda Guerra Mundial. Enquanto Rússia fala em operação especial, governo em Kiev classifica a ação russa como “ataque total”

Publicado: 24 Fevereiro, 2022 - 08h43 | Última modificação: 24 Fevereiro, 2022 - 08h47

Escrito por: Redação RBA

© Sputnik / Dan Levy
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A Rússia atacou a Ucrânia nesta quinta-feira (24). O presidente russo, Vladimir Putin, anunciou o início de uma operação militar especial na região de Donbass, onde ficam as repúblicas populares de Donetsk e Lugansk (RPD e RPL, respectivamente). Putin garantiu que a Rússia não tem a intenção de ocupar a Ucrânia.

Em seu discurso, Putin afirmou que apesar de não existirem planos de ocupação do país vizinho, a Rússia se defenderá caso seja necessário. Em resposta a uma declaração anterior do presidente ucraniano, Vladimir Zelensky, de que Kiev pode reconsiderar o status não nuclear do país sob o Memorando de Budapeste de 1994, Putin também afirmou que a Rússia não permitirá que isso ocorra.

“As circunstâncias nos obrigam a tomar medidas decisivas e imediatas. As repúblicas populares de Donbass pediram ajuda à Rússia. A este respeito, de acordo com o artigo 51, parte sete da Carta da ONU [Organização das Nações Unidas], com a sanção do Conselho da Federação e em cumprimento de tratados de amizade e assistência mútua com a RPD e a RPL, ratificados pela Assembleia Federal, decidi realizar uma operação militar especial”, disse Putin em seu discurso.

O presidente russo apontou que a máquina de guerra aliada da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) apoia grupos neonazistas na Ucrânia e está se aproximando das fronteiras da Rússia.

“Os países líderes da OTAN perseguem seus próprios objetivos apoiando totalmente os nazistas e neonazistas extremistas da Ucrânia, que, por sua vez, nunca perdoarão as pessoas da Crimeia e de Sebastopol por sua livre escolha de se reunificarem à Rússia”, disse Putin.

De Moscou

“Há sinais claros de um ataque amplo, mas não se sabe se é uma invasão total nos termos colocados por Kiev e pelo Ocidente. Putin disse estar cumprindo o que havia prometido: enviar tropas para apoiar as autoproclamadas repúblicas de Donetsk e Lugansk, e negou que irá ocupar território”, informa o correspondente da Folha de S.Paulo em Moscou, Igor Gielow.

O governo em Kiev pensa diferente. “A invasão da Ucrânia começou”, afirmou por sua vez o ministro do Interior ucraniano, Denis Monastirski, citando ataques com artilharia e mísseis. “É uma invasão total”, disse seu colega chanceler, Dmitro Kuleba no Twitter. O país decretou lei marcial, fechou seu espaço aéreo.

O presidente Volodimir Zelenski divulgou vídeo afirmando que os russos atacaram pontos de fronteira e infraestrutura militar do país. “Fiquem calmos”, disse, afirmando que o presidente Joe Biden prometeu apoio dos EUA.

“Por tudo o que estamos vendo até aqui, e é preciso mais clareza, parece mesmo ser uma invasão”, disse por telefone um dos principais analistas militares russos, Ruslan Pukhov, diretor do Centro de Análise de Estratégias e Tecnologias, de Moscou.


Com informações da agência Sputnik Brasil e Folha de S.Paulo