Escrito por: Redação CUT/Texto: André Accarini
Consultas ao CPF estão disponíveis em canais como Serasa e SPC. Nesses canais, você pode saber se seu CPF foi usado indevidamente por golpistas e como limpar o nome
Com a crise econômica, altas taxas de desemprego, trabalho sem direitos e informalidade, além de arrocho salarial e inflação disparando, aumentaram os números de brasileiros inadimplentes e dos que foram vítimas de golpes.
O resultado é que cada vez mais pessoas descobrem que estão com o ‘nome sujo’ porque deixaram de pagar contas de cartões de loja ou de crédito e até de serviços essenciais como água e luz; ou porque foram vítima de algum golpista que usou o CPF dessas pessoas.
Em ambos os casos, os consumidores passam a fazer parte de cadastros de devedores e ficam com o nome sujo. Não podem fazer empréstimos bancários nem comprar a prazo, muito menos financiar a compra da casa própria.
Mas, como saber se o seu nome realmente foi negativado? Como saber se você foi vítima de algum golpe? O Portal da CUT explica, confira:
O primeiro passo é fazer uma consulta pela internet nos principais canais de informações de crédito. São eles o Serasa, o SPC Brasil e Boa Vista SCPC. Para os três canais também estão disponíveis aplicativos que permitem a consulta.
Para ter seu nome excluído dos cadastros, obviamente, é necessário quitar ou renegociar as dívidas, o que pode ser feito diretamente com os estabelecimentos.
Geralmente os juros em renegociações são menores e há um parcelamento da dívida.
Fechado o acordo de negociação, a instituição pede a exclusão do nome nos cadastros de proteção ao crédito.
É importante saber que, após o vencimento de qualquer dívida, o credor pode incluir o nome do consumidor nos cadastros, mas isso geralmente é feito somente após 30 dias de atraso e após tentativas de negociação.
Sim, é a cobrança extrajudicidial, conhecida como “cobrança amigável”, que possibilita a negociação da dívida sem que a Justiça seja acionada. Se não houver um acordo, a instituição credora pode optar pela cobrança judicial, que consiste em ação movida na Justiça que pode determinar que o valor seja pago por completo ou que seja fornecida uma garantia do pagamento, que poderá ser a apreensão de bens ou de uma parte da renda.
Recentemente, um vazamento expôs dados de mais de 220 milhões de pessoas e empresas. De posse dessas informações, estelionatários podem tentar efetuar as mais diversas transações em nome de terceiros.
Como faço para saber se fui vítima de um desses golpes?
Para saber se seus dados foram usados indevidamente em transações que você desconhece, consulte o histórico de transações financeiras de seu CPF.
Para isso, o Banco Central disponibiliza a ferramenta Registrato – um site onde é possível acessar um extrato de relações de um cidadão com uma instituição financeira. No sistema constam aberturas de contas bancárias, dívidas e remessas de dinheiro ao exterior.
Como consultar o Registrato?
Para ter acesso ao Registrato, é necessário se cadastrar no site do Banco Central, fornecendo dados como o CPF, a data de nascimento e o nome da mãe.
Por segurança, também é necessário informar uma instituição financeira em que o usuário tem conta. Após o BC comparar os dados, será enviada uma frase de segurança que deverá seu usada no sistema do banco onde o usuário tem conta, na opção ‘Regsitrato’.
É nesta opção que a frase de segurança deverá ser informada.
Uma vez validada a frase, o usuário deve voltar ao site do Banco Central e concluir seu cadastramento.
Após informar novamente os dados, o passo é criar uma senha de oito dígitos.
No final da página, basta clicar em “concluir credenciamento” e pronto. Uma janela se abrirá com a opção “Acessar Registrato”.
Nesta página estará o histórico de transações em instituições financeiras que o usuário já efetuou ou de transações que foram feitas com o CPF.
Ao descobrir que alguém está se fazendo passar por você e usando seus dados para aplicar golpes, fazer compras, empréstimos e outras ‘falcatruas’, é primordial fazer - o mais rápido possível - um Boletim de Ocorrência (BO) em uma delegacia ou on-line de maneira simples.
Tanto vítimas de golpe quanto pessoas que perderam ou tiveram seus documentos furtados, precisam notificar os sistemas do SPC Brasil, por meio do serviço de SPC Alerta de Documentos.
O segundo passo é informar as instituições sobre a fraude e acionar, caso necessário, os órgãos de defesa do consumidor, como o Procon.
É direito do cidadão ter seu nome limpo e crédito reestabelecido nesses casos.
Pessoas que têm o nome negativado, geralmente, têm negados acessos a créditos, financiamentos além de outras limitações. Dificulta (e muito) ao parcelar compras e na hora de contratar serviços como televisão a cabo e internet, por exemplo.
Mesmo que o nome tenha sido excluído dos cadastros, instituições financeiras poderão limitar o crédito ao cliente, no futuro. Desta forma, limites de cartão de crédito ou até mesmo a concessão desse serviço podem ser negados.