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Saiba quem é Roberto Ferreira Dias, acusado de pedir proprina na compra de vacina

Indicado pelo deputado Ricardo Barros (PP-SC), líder do governo na Câmara, para cargo comissionado no Ministério da Saúde, Dias está envolvido em outras denúncias

Publicado: 30 Junho, 2021 - 13h49 | Última modificação: 30 Junho, 2021 - 14h01

Escrito por: Redação CUT

Marcello Casal Jr/Agência Brasil
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Indicado pelo deputado Ricardo Barros (PP-SC), líder do governo na Câmara, Roberto Ferreria Dias ocupava um cargo comissionado (DAS 101.5) no Ministério da Saúde, com salário de R$ 13.623,39 por mês. Ele foi nomeado no dia 8 de janeiro de 2019, ainda na gestão do ex-ministro Luiz Henrique Mandetta (DEM) e exonerado nesta quarta-feira (30) após a denúncia de cobrança de propina de US$ 1 por dose de vacinas da AstraZeneca. O Ministério da Saúde ia comprar 400 milhões de doses, mas a empresa não quis pagar propina e a negociação foi encerrada. 

O servidor Luís Ricardo Miranda já havia denunciado pressão de Dias para apovar a importação da vacina indiana Covaxin com superfaturamento de 1000%.

Bem antes disso, em outubro do ano passado, Roberto Ferreira Dias assinou um contrato no valor de R$ 133,2 milhões com a empresa Life Technologies Brasil Comércio e Indústria de Produtos para Biotecnologia Ltda, para a compra de 10 milhões de kits de insumos para testes de Covid-19.

O contrato, que era sem licitação, foi anulado após suspeita de irregularidade no processo descoberta pelo Tribunal de Contas da União (TCU) e pela Diretoria de Integridade do próprio Ministério da Saúde.

Também em outubro de 2020, o presidente Jair Bolsonaro (ex-PSL) indicou Roberto Ferreira Dias para o cargo de diretor da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

Bolsonaro voltou atrás da indicação, que seria analisada pelo Senado, quando sobre as irregularidades na compra dos testes, mas Roberto Ferreira Dias foi mantido à frente das negociações para importação de vacinas cotnra a Covid-19.

Currículo

Um dos padrinhos do ex-diretor de logística do Ministério da Saúde, o ex-deputado Abelardo Lupion (DEM-PR), disse Pa reportagem do UOL que conheceu Dias em 2015, quando assumiu presidência da Companhia de Habitação do Paraná (Cohapar). Funcionário de carreira, Dias ocupava uma gerência da estatal.

Em 2018, Lupion foi nomeado secretário estadual de Infraestrutura pela então governadora Maria Aparecida Borghetti, mulher de Ricardo Barros, o outro padrinho de Roberto Dias no ministério.

No mesmo ano, Roberto Dias foi nomeado por Cida para a diretoria de logística da Secretaria de Infraestrutura. Com a eleição de Bolsonaro, Lupion foi convidado a participar do governo federal.