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Sanders denuncia golpe no Brasil e pede que EUA se posicione

Senador diz em nota que Temer não foi eleito e anunciou rapidamente agenda extrema-direita

Publicado: 09 Agosto, 2016 - 15h25 | Última modificação: 25 Fevereiro, 2018 - 19h10

Escrito por: Opera Mundi

Foto: Gage Skidmore
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Bernie Sanders, senador por Vermont que foi pré-candidato à Presidência dos Estados Unidos pelo Partido Democrata, expressou ontem (8) "profunda preocupação" com o processo de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff, e instou o governo dos EUA a se posicionar claramente sobre a questão e "apoiar as famílias trabalhadoras do Brasil".

Em comunicado divulgado em seu site oficial, Sanders afirma que "para muitos brasileiros e observadores o controverso processo de impeachment (contra Dilma) mais parece um golpe de Estado" e destaca a falta de diversidade no gabinete ministerial imposto pelo presidente interino Michel Temer. "Eles (o governo interino) imediatamente substituíram uma administração diversa e representativa com um gabinete formado inteiramente por homens brancos."

"A nova e não-eleita administração rapidamente anunciou planos de impor austeridade, aumentar as privatizações e instalar uma agenda social de extrema-direita", afirmou Sanders, acrescentando que "os Estados Unidos não podem permanecer em silêncio enquanto as instituições democráticas de um de nossos mais importantes aliados são atacadas".

"Temos que apoiar as famílias trabalhadoras do Brasil e exigir que essa disputa seja resolvida com eleições democráticas", finaliza o senador democrata.

Opera Mundi contatou o Itamaraty pedindo uma posição do governo interino de Temer sobre as declarações de Sanders e aguarda resposta.

Leia a seguir a íntegra, traduzida para o português, do comunicado de Bernie Sanders:

"Estou profundamente preocupado com os atuais esforços para destituir a presidente democraticamente eleita do Brasil, Dilma Rousseff. Para muitos brasileiros e observadores o controverso processo de impeachment mais parece um golpe de Estado.

Após suspender a primeira presidente mulher do Brasil com argumentos duvidosos, sem um mandato para governar, o novo governo interino extinguiu o ministério das mulheres, da igualdade racial e dos direitos humanos. Eles imediatamente substituíram uma administração diversa e representativa com um gabinete formado inteiramente por homens brancos. A nova e não-eleita administração rapidamente anunciou planos de impor austeridade, aumentar as privatizações e instalar uma agenda social de extrema-direita.

O esforço para destituir a presidente Rousseff não é um julgamento legal, mas sim político. Os Estados Unidos não podem permanecer em silêncio enquanto as instituições democráticas de um de nossos mais importantes aliados são atacadas. Temos que apoiar as famílias trabalhadoras do Brasil e exigir que essa disputa seja resolvida com eleições democráticas."