Escrito por: Sílvia Medeiros/CUT-SC
O apoio dos trabalhadores à luta contra as reformas tem crescido fortemente
Nem tinha amanhecido e as notícias do dia de Greve Geral em Santa Catarina começaram a chegar. As mobilizações que ficaram muito além das expectativas dos organizadores, recebeu um grande apoio dos trabalhadores, que a cada dia esboçam mais compreensão do impacto das reformas em suas vidas.
Várias categorias aderiram a paralisação e cruzaram os braços nesse dia de greve geral que tem uma pauta de defesa dos direitos e contra as reformas trabalhista e da previdência. Os servidores municipais de Blumenau, Joinville e Chapecó e região aderiram a greve O transporte público também paralisou por algumas horas em Florianópolis e em Chapecó a garagem dos ônibus urbanos foi trancada por duas horas, atrasando a saída dos coletivos nas primeiras horas da manhã.
No sul do estado a BR 101 foi trancada em dois trechos
Foram nove fechamentos de rodovia em três pontos da BR 101, (Araranguá, Morro da Fumaça no sul do estado e em Navegantes no norte), três pontos da BR 282 que corta o estado, (Chapecó no principal trevo de acesso da cidade, em Campos Novos, região do planalto serrano e na cabeceira da ponte Colombo Salles, que dá acesso à Florianópolis), na BR 116 em Lages e em dois pontos na BR 470 (na altura de Rio do Sul e na parte da rodovia que dá acesso ao porto de Navegantes).
Mobilizações e passeatas também foram feitas em várias cidades com o objetivo de conversar com a população sobre as reformas do Temer. Em Araranguá e em Lages a caminhada teve como ponto de saída as agências do INSS. Em Florianópolis o ato que reuniu cerca de 5 mil pessoas percorreu as ruas do Centro da cidade. Em Blumenau a atividade foi durante todo o dia na Praça que fica em frente a prefeitura, em Joinville foi na Praça da Bandeira no centro da cidade e em Caçador os representantes dos movimentos sociais e sindical, marcharam pelas ruas da cidade e ao final, como simbologia do voto favorável à reforma Trabalhista, os manifestantes queimaram as fotos dos deputados e senadores que já deram seu “SIM” à reforma trabalhista.
Só em Lages, foram três atividades durante o dia 30 de junho
“Uma das principais marcas da greve geral desse dia 30 foi de um lado aumentarmos o apoio dos trabalhadores e trabalhadoras com a necessidade de reagir frente as reformas e do outro a forte repressão do estado, usando os policiais para intimidar e agredir os manifestantes que faziam a ação de forma pacífica ”, avalia Adriana Maria Antunes de Souza, Secretária de Comunicação da CUT-SC.
A repressão policial foi registrada de forma mais agressiva nos trancamentos na cidade de Navegantes, em que a Polícia Militar chegou atirando, insultando e usando bomba de gás e balas de borracha, inclusive prendendo dois trabalhadores do MST. Em Florianópolis, na cabeceira da ponte a PM também usou de forte aparato para dispersar os manifestantes que trancaram o acesso à ilha. Tiveram relatos de feridos de bala de borracha em ambos os manifestos.
Dois manifestantes foram presos e liberados somente ao final do dia
Em Chapecó a truculência da Polícia se deu na garagem dos ônibus, em que os policiais chegaram a usar spray de pimenta contra os manifestantes. Ainda em Chapecó, 5 mil trabalhadores, trancaram o principal acesso de Chapecó, o trevo da BR 282, essa ação durou das 9:30 às 15h. O acesso que há anos não era trancado pelo movimento, por conta da complexidade do trecho não foi páreo desta vez já que os manifestantes se mantiveram unidos até o final do ato na parte da tarde.
Pista que dá acesso à Florianópolis foi trancada
Para Cleverson de Oliveira, Secretário de Formação da CUT-SC, a responsabilidade da repressão dos policiais militares do estado é diretamente do governador do estado. “Colombo enfrenta uma série de denúncias de corrupção, tem agido de forma negligente com a segurança pública do estado e, ao invés de reprimir o crime organizado que só cresce em Santa Catarina, ele gasta bomba e bala com trabalhador que reivindica seus direitos”.
A Reforma Trabalhista pode ser votada já no dia 5 de julho e a previdência em agosto. Para Cleverson “independente da repressão o nosso compromisso é nos manter vigilantes nas ruas em defesa dos direitos”.
Em Florianópolis, mais de 8 mil pessoas marcharam pelas ruas do Centro.