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Centrais mantêm estado de greve mesmo com recuo do governo

Jornada de lutas e muita pressão nos parlamentares continuam sendo ações prioritárias da CUT e demais centrais para barrar votação da reforma da Previdência

Publicado: 14 Dezembro, 2017 - 13h42 | Última modificação: 15 Dezembro, 2017 - 16h44

Escrito por: Érica Aragão

Roberto Parizotti
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Mesmo com a confusão entre os auxiliares do golpista e ilegítimo Michel Temer (PMDB-SP) sobre se vota ainda este ano ou não a nova proposta de reforma da Previdência, a CUT e demais centrais vão intensificar a pressão nos deputados e deputadas para impedir a aprovação do que o presidente da CUT, Vagner Freitas, chama de “famigerada proposta de Temer”.

O principal consenso da reunião das centrais sindicais (CUT, CTB, CSB, Força Sindical, NCST, UGT, CSP Conlutas, Intersindical, CGTB), realizada nesta quinta-feira (14) na sede da CUT, em São Paulo, foi: se botar para votar, o Brasil vai parar!

E não adianta tentar confundir os trabalhadores e trabalhadoras mudando e negando ao mesmo tempo a data de votação, alerta Vagner, que lembra: “mesmo internado no hospital, Temer não perdeu a maldade e continua pressionando os parlamentares em defesa da proposta”.

Vagner destacou ainda o desespero do ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, que foi à televisão dizer que os deputados têm que votar ainda esse ano, contrariando a fala do senador Romero Jucá (PMDB-RO) que, minutos antes, havia dito que só eles (governo) só votariam em 2018. Segundo Vagner, só com muita mobilização da classe trabalhadora “é que podemos engavetar de vez a proposta que eles chamam de reforma e é, na verdade, uma medida que vai acabar com a aposentadoria”.

 “Estamos em estado de greve permanente! A jornada de lutas vai ser maior e a pressão nos deputados também. Temos que ir para os aeroportos, nas zonas eleitorais, nos bairros, na Câmara dos Deputados, estampar as carinhas deles nos postes, nas redes sociais e em cartazes dizendo que não vão se eleger se votarem a favor dessa proposta famigerada”, destacou Vagner.

Além de continuarem com as mobilizações contra a reforma da Previdência, a CUT e as demais centrais irão orientar os sindicatos de todo o país a ampliar o diálogo com a classe trabalhadora. Isso porque, todos têm de saber que o governo não abriu mão de votar a proposta que acaba com a aposentadoria ainda esse ano e é preciso ficar mobilizado e atento.

É o que alertou o secretário-geral da CUT Nacional, Sérgio Nobre. Segundo ele, “governo está ameaçando governadores e prefeitos com a retirada de recursos casos seus deputados não votem a favor da proposta”.

Sérgio também lembrou que até os empresários, os maiores interessados nas reformas de Temer, estão ameaçando com a retirada de financiamento nas  campanhas  eleitorais de 2018, se os parlamentares não votarem ainda esse ano a reforma da Previdência.

“Isso prova que o governo não desistiu da votação e a gente não pode subestimar a capacidade dos golpistas de fazer maldade”, diz Sérgio, que completa: “Ninguém esperava que eles fossem destruir a legislação trabalhista e eles destruíram. Eles são capazes de destruir também o sistema da previdência”.  

Ainda nesta quarta (14), o relator da proposta, que acaba com a aposentadoria, Arthur Maia (PPS-BA) irá ler o texto no plenário da Câmara dos Deputados e o presidente da Casa, Rodrigo Maia (DEM-RJ), vai abrir as discussões e, possivelmente, votar na próxima semana. Caso não consigam os votos, a pauta poderá ficar para o começo de 2018.

“A classe trabalhadora tem que intensificar a pressão, porque o governo não tem hoje os 308 votos necessários porque estamos pressionando em todos os lugares. A pressão é de fundamental importância”, alertou Sergio.

“Se colocar em votação a Reforma da Previdência ainda esse ano ou no ano que vem o Brasil vai parar, este é um compromisso de todas as centrais sindicais”, frisou Nobre.

A reunião contou com a participação de diversas categorias, entre elas, o Sindicato dos Condutores e do Sindicato dos Metroviários. Ambas reafirmaram o compromisso de parar caso a Reforma da Previdência entre em votação.