Escrito por: Iracema Corso, da CUT-SE
Centrais e frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo realizam ato nesta quinta para exigir que empresas sigam os protocolos de higienização para combater o novo coronavírus
Nesta quinta-feira (13/8), a partir das 7h, o movimento sindical e social de Aracaju (SE) fará uma manifestação para exigir que as empresas de transporte coletivo da capital sigam os protocolos de higienização dos ônibus para o combate ao novo coronavírus para proteger os trabalhadores e os passageiros.
O protesto, que terá uma caminhada saindo do terminal do DIA até a sede da Superintendência Municipal de Transportes e Trânsito (SMTT), está sendo organizado pela CUT, CTB, CSP-Conlutas, UGT, frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo, Fórum Negro, Comitê Sergipano Popular pela Vida e União nacional dos Estudantes (UNE).
“Por que o prefeito de Aracaju [Edvaldo Nogueira Filho, do PTB] e o governador [Belivaldo Chagas, do PSD] não obrigam os empresários do transporte a higienizar os carros?”, questionou em protesto realizado na última sexta-feira (7), o presidente da CUT/SE, Roberto Silva
De acordo com o dirigente, a prioridade dos movimentos sindical e social, diferentemente dos que defendem apenas a economia, é defender a vida, protegendo os trabalhadores e trabalhadoras deste vírus que já matou mais de 100 mil brasileiros e brasileiras.
“Precisamos proteger os trabalhadores do transporte coletivo e proteger todos que estão enfrentando riscos no ambiente de trabalho. Qual proteção os motoristas e cobradores têm? Precisamos proteger os usuários, por isso cobramos uma resposta concreta do governador de Sergipe e do prefeito de Aracaju. Não podemos nos acostumar com o número de mortes todos os dias em Aracaju e em Sergipe”, reforçou Roberto Silva.
Os questionamentos e a preocupação do presidente da CUT-SE têm base científica. Em São Paulo, pesquisa da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) revela que as pessoas mais pobres que precisam ir trabalhar de ônibus estão entre as maiores vítima da Covid-19.
A pesquisa mostrou que os trabalhadores e trabalhadoras que moram na periferia e usam o transporte coletivo para se descolar são os que mais morrem em consequência da Covid-19. Já entre os que usam carros o número de vítimas fatais é menor.
A pesquisa obteve m índice de correlação entre dois fatores, cujo valor máximo é 1 Esse índice é o resultado do cruzamento de dados de mortes nos 96 distritos da capital paulista com os da última pesquisa de Origem e Destino do Metrô (2017), que capta diversas informações das pessoas que se deslocam pela cidade, tais como meios usados, profissão e tempo de viagem.
O índice de correlação distritos onde há uso do transporte público como principal modal em suas viagens é de 0,80. No caso dos trajetos a pé, é de 0,78. Já no caso do automóvel a correlação é muito menor, de 0,39.
Condições de Trabalho e MPT
Ainda nesta semana, as entidades farão representação no Ministério Público do Trabalho (MPT) exigindo proteção no ambiente de trabalho diante do cenário de exposição dos trabalhadores ao contágio pela Covid-19 com o processo de abertura generalizada das atividades econômicas pelos governos do presidente Jair Bolsonaro (ex-PSL), que continua zombando da doença, Belivaldo e Edivaldo.
Na representação, serão cobrados:
*EPI e EPC segundo a Norma Regulamentadora n° 06;
*testagem em massa dos trabalhadores como condição para retorno e testagem mensal com liberação dos trabalhadores adoentados com garantia dos salários integrais;
*gratificação de Insalubridade de 40% para todos trabalhadores da saúde que estão na linha de frente no tratamento ao Covid;
*proteção dos trabalhadores do transporte coletivo, bem como ampliação da frota do transporte para garantir proteção dos trabalhadores usuários com distanciamento social,
*limpeza permanente dos ônibus em toda parada nos terminais e controle de entrada nos veículos.
Edição: Marize Muniz