Escrito por: Iracema Corso/ CUT-SE e CUT Brasil

SE: CUT mobiliza sindicatos no ‘Dia Nacional de Paralisação’

CUT-SE recolhe assinaturas contra a anti-reforma trabalhista e prepara ato para 15 horas.

CUT-SE

Em defesa da estabilidade do servidor público e pela revogação da Reforma Trabalhista, a Central Única dos Trabalhadores (CUT/SE) convoca todos os sindicatos filiados para a luta do ‘Dia Nacional de Paralisação’, realizado em todo o Brasil nesta sexta-feira, dia 10/11. A concentração do protesto em Aracaju será a partir das 15h, na Praça do Mini Golfe, vizinho à OAB.
 
A Frente Brasil Popular e todas as organizações do movimento social e sindical que a integram realizaram reunião na tarde da última terça-feira (7), na sede da CUT-SE para definir todos os detalhes do protesto.

Na mesma terça-feira, a CUT-SE organizou mais um dia de coleta de assinaturas ao Projeto de Lei de Iniciativa Popular (PLIP) que anula a Reforma Trabalhista sancionada pelo presidente ilegítimo Michel Temer (PMDB). A Campanha realizada pela CUT em todo território nacional visa recolher até o fim desta semana 1 milhão e 300 mil assinaturas; em Sergipe a meta é 40mil assinaturas.

O presidente da CUT-SE, professor Rubens Marques, aproveitou a mobilização no Calçadão da João Pessoa, para divulgar o protesto do dia 10: “Vamos às ruas contra todas as reformas e todas as ações do governo golpista. Vamos informar a população sobre a dimensão do retrocesso que este golpe trouxe para nosso país. Toda a população está convidada a participar. Todos seremos prejudicados. A estabilidade do serviço público está ameaçada pelo projeto da senadora Maria do Carmo (DEM). A estabilidade no serviço público não é um privilégio, mas uma conquista da classe trabalhadora e impede a perseguição política no serviço público. É muito grave o que está acontecendo e ninguém pode ficar de braços cruzados”.

Gestante de 8 meses, Fernanda Menezes, 23 anos, aguarda a chegada da filha Valentina. Ao transitar pelas ruas do Centro nesta terça-feira, ela parou e colaborou com o abaixo assinado pela anulação da Reforma Trabalhista. “Todo mundo vai ser prejudicado, até minha filha que nem nasceu, pois a licença maternidade está em risco. O que podemos esperar de um governo que diminuiu o salário mínimo? Minha amiga voltou da licença maternidade e foi demitida, acredito que a demissão de mães será uma constante depois que a reforma trabalhista entrar em vigor”.

Roberto Silva (CUT/Sintese) explicou efeitos da Reforma Trabalhista que entra em vigor a partir do próximo sábado. “A Federação das Indústrias em São Paulo, a classe patronal brasileira, agradeceu Laércio Oliveira pelo empenho para destruir os direitos dos trabalhadores. É esse tipo de deputado que Sergipe tem e a gente não pode se calar, por isso a  CUT difundiu este abaixo assinado com o objetivo também de mostrar para os deputados e para os senadores que o trabalhador brasileiro não aceita receber menos que um salário mínimo, isso é proibido pela Constituição. Após a reforma o patrão vai poder contratar pela hora trabalhada, não é mais a hora cheia, a jornada de 8h. Isso é muito ruim para os trabalhadores e é apenas uma das várias perversidades previstas pela Reforma Trabalhista”, denunciou Roberto.

O agente de limpeza Jorge Contreira, 32 anos, fez questão de assinar. “Eu trabalhava na Multiserve e lá já se contrata por hora pagando o valor de R$ 4 e pouco. Na empresa esse trabalhador é chamado de ‘horista’. Só é chamado quando o chefe precisa. Não aceitei essa situação e pedi demissão. Com a reforma trabalhista isso tende a piorar muito”.

Dirigente sindical do SINDISERVE POÇO VERDE e da FETAM (Federação dos Trabalhadores do Serviço Público de Sergipe), João Fonseca viajou vários quilômetros para participar do dia de mobilização contra a reforma trabalhista na capital sergipana. Com voz e violão, André Lucas fez a trilha sonora da atividade de luta no Centro de Aracaju.