“Se quiserem fazer história me prendendo, façam”, diz Lula
Frase do ex-presidente está no livro “A verdade vencerá: o povo sabe por que me condenam”, que será lançado hoje, a partir das 18h, no Sindicato dos Químicos, em São Paulo
Publicado: 16 Março, 2018 - 11h37
Escrito por: Redação CUT
O ex-presidente Lula participa nesta sexta-feira (16), às 18h, na Rua Tamandaré, 348, em São Paulo, do lançamento do livro “A verdade vencerá: o povo sabe por que me condenam”, editado pela Boitempo.
No livro, lançado dez dias antes do Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF4), de Porto Alegre, julgar o recurso do ex-presidente contra confirmação da sentença do juiz Sérgio Moro, da 13ª Vara Criminal Federal de Curitiba, no caso do tríplex do Guarujá, Lula diz que está preparado para eventual prisão e que não vai fugir do país.
Eu estou pronto para ser preso.
Os advogados do ex-presidente já recorreram ao Supremo Tribunal Federal (STF) para suspender preventivamente a prisão caso o recurso do ex-presidente seja rejeitado no dia 26.
A palavra “fugir” não existe em seu dicionário, enfatiza Lula no livro.
“Vou ficar aqui no Brasil, na minha casa. Se quiserem fazer história me prendendo, façam”.
Lula diz que é inocente, que está sendo injustiçado e afirma que os que o condenaram serão julgados pela História. “Tudo tem preço a pagar. Eles me proibirem de concorrer depois daquela decisão do TRF-4 vai ser muito complicado”.
O ex-presidente deu uma longa entrevista, publicada em 124 páginas do livro, onde fala sobre a condenação a 12 anos e 1 mês, apesar de não ter sido encontrada uma única prova de ato ilícito praticado pelo ex-presidente depois de meses e meses de investigação do Ministério Público e da Polícia Federal.
No livro, Lula diz que é vítima de um processo orquestrado pela elite em conjunto com os meios de comunicação e setores da Justiça, do Ministério Público e da Polícia Federal para impedi-lo de disputar novamente a presidência.
“Se o golpe foi dado para evitar a progressão dos descamisados deste país, eles não podem tirar a Dilma e deixar o Lula voltar dois anos depois. Já falei isso duas vezes e volto a falar, porque é importante mesmo”, diz Lula no livro, se referindo ao golpe que usurpou o mandato da presidenta Dilma Rousseff, em 2016.
Organizada por Ivana Jinkings, com a colaboração de Gilberto Maringoni, Juca Kfouri e Maria Inês Nassif, e edição de Mauro Lopes, a obra traz também textos de Eric Nepomuceno, Luís Fernando Veríssimo, Luís Felipe Miguel e Rafael Valim.
A edição conta ainda com uma cronologia da história de Lula, organizada pelo jornalista Camilo Vannuchi, texto e capa do historiador Luiz Felipe de Alencastro e dois cadernos com fotos históricas, dos tempos do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC até à presidência, passando pelas recentes caravanas e manifestações de rua.