Escrito por: Redação CUT

Secretário de Cultura de Bolsonaro, Mario Frias anda armado e intimida funcionários

Trabalhadores da pasta e pessoas que se reunem com o secretário relatam mal-estar e desconforto com a arma, os gritos e ofensas  dirigidos a servidores e terceirizados. Redes sociais reagem

Reprodução

Três fontes que frequentam a Secretaria Especial da Cultura relataram aos jornalistas Helena Aragão e Danilo Thomaz, em texto publicado no Splash/UOL, do Rio, ‘mal-estar e desconforto’ com o secretário Mário Frias, que anda e despacha armado no ambiente de trabalho, deixando a arma visível na cintura.

Uma das fontes que não quis se identificar disse que a tensão na secretaria é recorrente. Há relatos de "escândalos e ofensas" aos gritos, dirigidas a servidores e terceirizados, que seriam presenciados com frequência.

Segundo uma das fontes, a tensão na secretaria é recorrente. Há relatos de "escândalos e ofensas" aos gritos, dirigidos a servidores e terceirizados, que seriam presenciados com frequência.

Os repórteres lembram que Frias é fã de armas e contam que ele tem uma pistola Taurus de calibre .9mm registrada em seu nome, de acordo com o site da Polícia Federal . Sendo civil, ele precisa ter um documento de porte, que autoriza o cidadão a circular com uma arma de fogo "de forma discreta", de acordo com o site do governo federal.

A reportagem relembra que Frias já apareceu pelo menos duas vezes empunhando armas nas redes sociais. Em setembro do ano passado, um instrutor de clube de tiro de Brasília postou foto com o secretário, ambos posando armados. À época, a secretaria afirmou que Frias possuía "registro de atirador há mais de dois anos" e reforçava que a foto foi feita em um momento particular, num ambiente adequado para a prática do tiro esportivo. Mesmo assim, o post acabou sendo apagado.

Servidores se queixam de 'assédio institucional'

Ainda segundo a reportagem, nem todos os servidores convivem diretamente com Frias e sua arma, mas a atuação do secretário e seus subordinados diretos é vista como preocupante.  Alguns afirmam que há boicotes, como a falta de retorno às demandas, e perseguição a servidores chamados, por exemplo, a dar informações ligadas à secretaria em audiências públicas.

Segundo o relato, há casos de processos administrativos e retaliações internas. Há quem use a expressão "clima de DOI-CODI", referindo-se ao órgão de repressão da ditadura militar, por conta de decisões como a de um ofício de setembro passado, em que Frias centralizava a aprovação de conteúdos de postagens nas redes sociais das instituições ligadas à pasta

A reação nas redes sociais foi imediatra e dura, Manuela Davila e outros políticos ressaltaram o que o chefe andar armado e se comportar como Mário Frias representa para os trabalhadores.  

Imagine você trabalhar em um lugar onde seu chefe anda com uma arma na cintura? Essa tem sido a realidade dos trabalhadores da secretaria de cultura, que vivem com medo e a sensação de ameaça constante perto do secretário da Cultura. Isso é GRAVÍSSIMO! https://t.co/shGDB06Jjt

— Manuela (@ManuelaDavila) May 25, 2021

Para o deputado Reginal Lopes (PT-MG), fanatismo e despreparo não pode, governar o Brasil.

Saiu uma notícia hoje no @uol de que o secretário de Cultura, Mario Frias, andaria armado no ambiente de trabalho e constrangeria funcionários. Não sabia disso, mas propus semana passada o movimento #ForaFrias. O fanastismo e o despreparo não podem nos governar. pic.twitter.com/QBbhaQA6bO

— Reginaldo Lopes