Escrito por: Redação CUT
Após resistirem às medidas de confinamento mais drásticas, autoridades recorreram ao lockdown depois de uma semana de forte alta nos casos de Covid-19 na Europa
Duas das maiores economias do mundo, Alemanha e França, foram pressionadas a impor medidas mais drásticas de restrição de circulação para controlar a segunda onda da pandemia do novo coronavírus, depois da explosão no número de pessoas contaminadas, que coincide com o fim das férias de verão. Na Itália e no Reino Unido, além de mais casos confirmados tem aumentado também o número de mortes e as medidas de isolamento social também já começaram.
No geral, essa segunda onda que atinge a Europa registra mais diagnósticos e menos mortes do que a onda mortal do primeiro semestre do ano, mesmo assim, em alguns países já se nota o aumento de pessoas internadas.
A Alemanha enfrenta casos crescentes nas últimas semanas. As autoridades agora estão lutando para reimpor medidas drásticas para conter o aumento da doença e hospitalizações. Em reunião realizada esta semana, a chanceler Angela Merkel afirmou que os números da Covid-19 aumentaram rápido demais no país e que o nível dos contágios fugiu de controle.
"Estamos agora em um ponto em que, pela média nacional, não sabemos mais de onde vieram 75% das infecções. Só conseguimos verificar 25%", explicou Merkel, em conversa com líderes dos 16 Estados do país.
A decisão de decretar lockdown foi tomada depois que autoridades da saúde alemãs registraram quase 15 mil novos casos em 24 horas — o maior número de diagnósticos diários no país desde o início da pandemia. Na Alemanha, são mais de 449 mil casos de Covid-19 desde o começo da crise sanitária.
No Reino Unido, o governo resistia nesta quinta-feira (29) à pressão para impor um segundo lockdown nacional depois que França e Alemanha adotaram restrições para conter o avanço de infecções que colocou os serviços de saúde no limite.
O governo do primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, evitou até o momento um lockdown de âmbito nacional, preferindo um sistema escalonado de controles locais para endurecer as medidas em regiões mais afetadas.
O Reino Unido é o país com o maior número de mortes por coronavírus na Europa, segundo estudo do Imperial College de Londres.
Já na França, o presidente, Emmanuel Macron, anunciou nesta quarta-feira, 28, um novo confinamento nacional para conter o aumento de casos a partir da sexta-feira (30) até 1º de dezembro.
As medidas afetarão Bares, restaurantes e estabelecimentos comerciais não essenciais, mas diferentemente do confinamento de março e maio, as escolas vão permanecer abertas. "A segunda onda será sem dúvidas mais dura e mortal do que a primeira", disse Macron, que em meados de março definou o combate a pandemia como ‘uma guerra’.
Na Polônia, foi decretado um lockdown quase completo.
Na Espanha, as regiões de Castilla-La Mancha e Castilla y León determinaram os fechamentos de suas fronteiras locais.
Em Madrid, o governo da capital pediu o fechamento apenas em feriados.
A República Tcheca decretou toque de recolher a partir desta quarta entre as 21h e 6h (horários locais). O país já havia estabelecido limitações na circulação, o fechamento de lojas, escolas e restaurantes e o uso obrigatório de máscaras.
Em Roma, o Papa Francisco anunciou nesta quarta-feira (28) que a tradicional missa do Dia de Finados não será aberta aos fiéis no Vaticano. A medida foi tomada para conter o avanço da segunda onda do novo coronavírus na Europa.
A Grã-Bretanha foi o país mais atingido na Europa com mais de 61 mil mortes por Covid-19.